domingo, 28 de setembro de 2008

GUIA DE CARREIRAS: Engenharia Florestal

Um profissional responsável pela conservação, preservação e proteção das áreas florestais do país. É desta maneira que o professor Fábio Poggiani, diretor do curso de engenharia florestal da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), define a função do engenheiro florestal.

"É o engenheiro florestal que vai atuar diretamente na produção de madeira e outros bens das florestas para gerar produtos para a sociedade de uma maneira geral. Ele vai trabalhar para suprir a demanda de madeira no mercado, por exemplo, sem afetar as florestas, pois ele também vai atuar na sua preservação e recuperação", explicou Poggiani.

Segundo o professor Elias Taylor Severo, coordenador do curso de engenharia florestal da Universidade Estadual Paulista (Unesp), as áreas de atuação são muito extensas, mas podem ser divididas da seguinte maneira:

Área de produção

Produção de mudas, O engenheiro trabalha da forma mais antiga (que é o plantio com sementes) até com técnicas de clonagem para melhorar as plantas. Quando as mudas estão prontas, elas vão para o campo.

Manejo, a partir daí começa uma nova fase da engenharia, que é o manejo florestal. É fazer com que aquela muda cresça e se desenvolva com as características que o engenheiro planejou.

Avaliação da área, depois da floresta feita, um engenheiro avalia a área para saber quanto aquela madeira vai render. É o chamado inventário florestal.

Corte, colheita e transporte, depois que a árvore atinge a maturidade em florestas produtivas e não-nativas, entra em ação o pessoal do corte/colheita e transporte. Os equipamentos são automatizados e a madeira é encaminhada para a indústria.

Área de conservação

Além da produção de madeira, o engenheiro florestal também trabalha com recuperação de áreas degradadas e conservação ambiental. É esse profissional que recupera a mata à beira de um rio, florestas originais, cria parques e manter o meio ambiente em equilíbrio. O processo de trabalho é o mesmo (mudas, manejo), mas o objetivo é outro.

"O engenheiro florestal é o profissional capacitado para identificar qual a melhor espécie de árvore que deve ser plantada em determinado local", afirmou Severo.

Segundo Poggiani, o Brasil precisa reflorestar suas áreas continuamente. "Já chegamos a importar celulose porque o país não tinha capacidade de produzir o próprio papel. Temos que replantar continuamente porque se dependêssemos das árvores nativas, não teríamos um palito em pé", afirmou o professor.

Engenharia florestal x engenharia ambiental

As pessoas tendem a confundir as profissões de engenheiro ambiental e florestal. As duas carreiras, no entanto, são completamente diferentes.

"O engenheiro ambiental atua principalmente na área de saneamento, água, esgoto, resíduos. Ele trabalha com atividades que afetam diretamente o meio ambiente. O engenheiro florestal tem atuação direta no cuidado, manutenção, preservação e recuperação das florestas. São coisas totalmente diferentes", disse Poggiani.

Exatas x biológicas

O curso de engenharia florestal mescla matérias de exatas com disciplinas de biológicas, embora seja mais voltado para a biologia. "O aluno tem que saber matemática, física, estatística, porque ele vai usar essas técnicas para os cálculos que terá de desenvolver", disse o professor Severo, da Unesp.

Poggiani reforça a afirmação: "É engenharia porque o profissional atua em projetos para produção de mudas, plantio, manejo, etc. E também é da área biológica porque tem todo um trabalho voltado para a biologia, botânica, fisiologia das plantas, recuperação de florestas, etc".

Disciplinas

Algumas das disciplinas básicas do curso de engenharia florestal são: ecologia geral, desenho técnico, matemática, biologia celular, morfologia, zoologia, química geral, informática, sociologia, estatística, física, genética, química analítica.

Já as profissionalizantes incluem topografia, fotointerpretação, propriedades da madeira, materiais de construção e sistemas, inventário florestal, manejo de áreas silvestres, parasitologia florestal, planejamento ambiental, política e legislação florestal, industrialização de produtos florestais e utilização da madeira.

Fonte: G1

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