Agora um grupo de pesquisadores da USP de São Carlos acaba de demonstrar que os aspectos temporais das músicas - o seu ritmo - pode ser um caminho melhor para encontrar a música que alguém provavelmente vai gostar - um caminho muito mais eficiente do que a tradicional classificação por gêneros musicais.
O trabalho de Debora Correa, Jose Saito e Luciano Costa acaba de ser publicado na renomada revista científica New Journal of Physics.
Sequências rítmicas
Estudando as semelhanças e diferenças em durações rítmicas específicas, além da ocorrência de sequências rítmicas características, o grupo de pesquisadores brasileiros descobriu que é possível identificar corretamente o gênero musical em que uma música se enquadra.
Eles estudaram quatro gêneros musicais - rock, blues, bossa nova e reggae - analisando 100 canções de cada categoria.
Eles verificaram as sequências mais representativas de cada ritmo, como o tema 12 bar do blues, o que significa que a música é divididos em 12 bares - ou medidas - com uma determinada sequência de acordes.
Clustering hierárquico
Usando clustering hierárquico, uma representação visual de frequências rítmicas, os pesquisadores foram capazes de discriminar entre as músicas e chegar a uma forma possivelmente inédita de definir gêneros musicais.
"Ao mostrar que o ritmo representa uma assinatura surpreendentemente distintiva de alguns dos principais gêneros musicais, o trabalho sugere que as características baseadas no ritmo poderiam ser mais compreensivelmente incorporadas como recursos para pesquisas em plataformas de música," escrevem eles em seu artigo.
Isto forneceria um método mais eficiente para que sites de música recomendem aos seus visitantes músicas que eles provavelmente vão gostar com base nas músicas que eles já adquiriram - evitando que se recomende The Doors para quem gosta de Metallica, por exemplo.
Classificação de gêneros musicais
A classificação por gênero musical está longe de ser uma tarefa trivial, mesmo para músicos profissionais, pois muitas vezes uma música pode ser classificada em mais do que um único gênero.
Com este novo método, podem surgir novos sub-gêneros - por exemplo, rock-blues).
O próximo passo da pesquisa, afirmam os cientistas, será incluir outros aspectos, como a intensidade da batida, o que poderá tornar a identificação do gênero ainda mais exata.
Fonte: Diário da Saúde
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