sexta-feira, 9 de julho de 2010

Após uma década, hackers extraem código de segurança do Skype

O que impede que outras pessoas vejam os dados que trafegam na internet é a criptografia: embaralhar os dados de tal forma que apenas as partes envolvidas na conexão possam decifrá-los. E o Skype, para impedir que suas chamadas fossem “grampeadas” por outras pessoas na rede, inclui um sistema de criptografia. O problema é que os dois lados da conexão precisam conhecer a chave, e o Skype decidiu colocar o código dentro do próprio programa – o que é considerado um erro. Mesmo assim, hackers levaram uma década para conseguir extrair o código, possivelmente permitindo o grampo de chamadas VoIP.

O código completo usado pelo Skype está na web. Segundo o especialista que o publicou, o código havia vazado e, por isso, era justo que todos soubessem que a segurança do Skype havia sido quebrada. Se o fato continuasse sendo um conhecimento de poucos, eles poderiam tirar proveito disso enquanto usuários e empresas continuassem achando que estavam protegidos.

Nem tudo está perdido, é claro. O grampo de chamadas não está comprovado. Mesmo se ele for possível, é provável que apenas chamadas realizadas na mesma rede consigam ser grampeadas. Para quem usa o computador em casa e não tem uma rede sem fio insegura, isso significa que nada vai mudar. Na verdade, outros softwares de comunicação, como o MSN, nem oferecem semelhante segurança e alguns provedores de e-mail, menos ainda. Mesmo assim, o padrão de segurança em VoIP é mais elevado.

Por causa disso, há produtos no mercado que preenchem as lacunas deixadas por estas soluções. É o caso do Simp e do Off the Record Messaging. A coluna Segurança para o PC já falou isso anteriormente – veja programas para se comunicar com segurança via internet.

A recomendação é simples: usar o software apenas em redes seguras. Uma nova versão do Skype com o erro solucionado deve ser lançada em breve. O pesquisador Sean O’Neill, que publicou o código, disse que iria dar mais informações na conferência Chaos Computer Congress (27C3), em Berlim, na Alemanha.

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