sábado, 31 de julho de 2010

Veleiro espacial usa cristais líquidos para navegar

A JAXA (Agência de Exploração Aeroespacial Japonesa) anunciou ter efetuado com sucesso uma manobra de mudança de altitude de seu veleiro espacial solar Ikaros.

Em vez dos microfoguetes utilizados pelas sondas e satélites artificiais ou pelos ônibus espaciais, o Ikaros usou um sistema de direção baseado em cristais líquidos, que não usa qualquer combustível ou propelente e não dispara nada para o espaço.

O sistema de direção e controle de altitude do Ikaros consiste em uma película que usa uma camada microscópica de moléculas de cristal líquido para alterar a reflexão de sua vela solar.

O sistema é o mesmo presente nas telas planas tipo LCD (Liquid Crystal Display), onde as moléculas de cristal líquido são rearranjadas coordenadamente para deixar passar a luz dos pixels que formam as imagens na tela.

Vela solar

A sonda solar experimental é impulsionada pela reflexão da luz solar, ou seja, pela energia fornecida pelo choque dos fótons vindos do Sol contra o finíssimo material da vela espacial, que é uma espécie de espelho refletor.

A mudança na refletividade do material, feita pela camada de cristal líquido, altera a pressão que a luz do sol exerce sobre a vela espacial, alterando a altitude da sonda.

Dois tipos de tecnologias tiveram que ser desenvolvidos para viabilizar o controle da vela solar.

O primeiro é a tecnologia para gerar um pequeno torque para o controle de altitude de forma constante, sem causar oscilações na enorme vela flexível.

O outro é a tecnologia para controlar a direção do grande momento angular gerado pela membrana sem usar propelentes. O Ikaros possui microfoguetes comuns em seu corpo principal, mas eles não são usados durante a avaliação do controle da vela espacial.

Segundo a JAXA, as manobras realizadas pelo Ikaros demonstraram que o mecanismo de cristal líquido é capaz de atender aos dois requisitos, permitindo um controle preciso da nave.

O maior benefício da tecnologia das velas espaciais será permitir a construção de naves que viajem por mais tempo e mais longe do que as naves movidas por propelentes.

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