domingo, 19 de setembro de 2010

Cateter robótico trata coração com rapidez e menos radiação

Pesquisadores da Universidade do Estado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, estão desenvolvendo um novo cateter "inteligente" que poderá tornar o tratamento cirúrgico da fibrilação atrial mais rápida, mais barata e mais eficaz - além de reduzir significativamente a exposição do paciente à radiação.

A fibrilação atrial é um distúrbio cardíaco que afeta milhões de pessoas, e é considerado um fator chave para a formação de coágulos sanguíneos e derrames.

"Estamos desenvolvendo um cateter robótico com capacidade significativamente melhor de manobra e de controle," diz o Dr. Gregory Buckner, chefe da equipe de desenvolvimento do novo cateter. "Isso deverá reduzir o tempo necessário para realizar os procedimentos de ablação atrial e melhorar os resultados."

Ablação cardíaca

A fibrilação atrial ocorre quando há uma atividade elétrica aleatória nas câmaras superiores do coração, os átrios.

Isso faz com que o coração funcione de forma menos eficiente, e pode causar sintomas como tontura e fadiga. Mas também pode levar ao acúmulo de sangue no coração, o que contribui para a formação de coágulos sanguíneos e o aumento do risco de acidente vascular cerebral, ou derrame.

A técnica atual de ablação cardíaca atenua a fibrilação com a inserção de um cateter no coração. Em seguida, é usado calor ou frio extremos para criar pequenas cicatrizes através das paredes dos átrios afetados.

Essas cicatrizes bloqueiam os sinais elétricos problemáticos. Durante todo este procedimento, os médicos usam raios X para monitorar a ponta do cateter - expondo o paciente e o pessoal médico à radiação.

Os cateteres disponíveis comercialmente são controlados manualmente e só podem se mover em duas direções. Os médicos devem manipular cuidadosamente o cateter para controlar exatamente onde cada lesão individual deve ser criada.

Cateter robótico

Já o novo cateter robótico desenvolvido pela equipe de Buckner reduz significativamente o tempo de cirurgia porque usa "materiais inteligentes" para dar uma melhor manobrabilidade ao instrumento.

Os materiais inteligentes atuam como uma espécie de músculo artificial, contraindo-se quando uma corrente elétrica é aplicada. Isso permite que o cateter dobre à esquerda, direita, para cima, para baixo ou qualquer combinação dessas direções.

Além disso, os médicos podem usar um joystick especial para localizar pontos-chave no átrio. Um programa de computador traça uma curva ao longo desses pontos - essencialmente liga os pontos - criando uma linha contínua de tecido cicatrizado que vai bloquear os sinais elétricos que causam a fibrilação.

"Se pudermos reduzir a duração do procedimento, isto irá reduzir a exposição à radiação para o paciente e para o pessoal médico," disse Buckner. "E economizar recursos para os hospitais e o sistema de saúde."

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