segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Bomba cardíaca ganha propulsão a ar

Um grupo de médicos e engenheiros da Universidade de Viena, na Áustria desenvolveu uma microbomba capaz de manter o coração humano funcionando em condições críticas.

Para ser inserida pela ponta de um cateter, e não representar nenhum problema adicional ao coração já fragilizado, os pesquisadores concluíram que o tamanho ideal da bomba não poderia ultrapassar 5 milímetros de diâmetro e 4,5 milímetros de comprimento.

Contudo, antes de miniaturizar o equipamento, eles precisavam comprovar sua eficiência. Para isso, construíram uma versão 2:1, com o dobro do tamanho do dispositivo final. O funcionamento foi comprovado pela equipe do cirurgião cardíaco Werner Mohl.

A microbomba chega até o coração levada na ponta de um cateter, sendo instalada entre as válvulas do coração, ajudando a bombear o sangue.

Bomba cardíaca a ar

A bomba é operada pneumaticamente, uma vez que um dos principais objetivos dos pesquisadores era evitar a geração de calor verificada nas bombas cardíacas acionadas por motores elétricos.

"O calor que é produzido [pela bomba] é transferido para o sangue. O professor Mohl nos procurou com um pedido para que construíssemos uma bomba com propulsão pneumática que não precisasse ser refrigerada," explica Margit Gföhler, que desenvolveu a bomba juntamente com seu colega Helmut Mad.

A bomba cardíaca foi projetada como um equipamento auxiliar para ser implantado temporariamente após uma cirurgia crítica ou após um ataque cardíaco, devendo permanecer no paciente por um período de cinco a dez dias, até que melhore o estado clínico do paciente ou que ele possa receber um equipamento tradicional.

"A bomba é alimentada com ar comprimido através de um tubo. Naturalmente, o sangue que é transportado é hermeticamente separado do ar comprimido. Sua capacidade de bombeamento é de cinco litros por minuto," conta Mad.

Bomba de cerâmica

Com tais dimensões, os pesquisadores não puderam contar com nenhuma peça disponível no mercado. Eles tiveram que projetar e construir individualmente cada componente da microbomba.

Eles já construíram um segundo protótipo, feito inteiramente de cerâmica, que deverá ser testado nos próximos meses.

Os pesquisadores ainda não sabem estimar o preço que o equipamento poderia atingir se fosse produzido em escala industrial, o que deverá ser aferido em uma etapa posterior.

Nenhum comentário: