O Instituto Agronômico de Campinas (IAC), órgão ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, inaugurará, no dia 14 de setembro, em Ribeirão Preto (SP), o Laboratório de Biotecnologia e a primeira câmara de fotoperíodo do Brasil.
O novo laboratório, com área de 550 m², ampliará a capacidade de pesquisa no Centro de Cana do IAC e também a formação de recursos humanos. O laboratório recebeu recursos do Governo do Estado e da FAPESP.
Câmara de Fotoperíodo
A Câmara de Fotoperíodo permitirá reproduzir as condições ideais de temperatura e luz para floração da cana-de-açúcar - será possível manter as plantas em temperaturas que não extrapolem o intervalo de 18º C a 31º C, condição ideal para o florescimento da cana-de-açúcar.
De acordo com Marcos Guimarães de Andrade Landell, pesquisador e diretor do Centro de Cana do IAC, um dos principais benefícios trazidos pela câmara é a viabilização de uma experimentação impossível de ser obtida de forma natural. "Com essa tecnologia, será viável fazer cruzamentos de variedades que florescem em épocas diferentes do ano", disse.
Landell coordena o Projeto Temático Sustainable bioenergy sugarcane breeding and cultivar development, que visa ao melhoramento de espécies de cana-de-açúcar e integra o Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN).
"A aquisição da nova câmara tornará mais eficazes as pesquisas com melhoramento genético da planta. Além disso, vamos poder abrir novas frentes de estudo, como o da fisiologia da floração e nutrição mineral relacionada à floração, área da pesquisa que precisa ser intensificada no país", disse.
Novas variedades de cana-de-açúcar
Durante o evento, serão apresentadas três novas variedades de cana-de-açúcar produzidas pelo IAC.
Avaliadas nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Paraná, Mato Grosso, Bahia, Maranhão e Tocantins, as três novas variedades de cana que serão apresentadas (IACSP95-5094, IACSP96-2042 e IACSP96-3060), têm vantagens na produção de biomassa em relação à maioria dos materiais em uso.
"Entre produtividade de biomassa e teor de sacarose, as novas variedades produzem 10% a mais que as usadas na primeira metade da década", disse Landell. O ganho pode chegar aos 30% se os produtores explorarem o potencial desses materiais, associando-os aos ambientes de produção adequados.
Com as três novas variedades, já são 19 as lançadas pelo IAC para fins industriais durante oito anos de pesquisa. As três novas têm perfil para atender também aos critérios agroambientais e à demanda atual da agroindústria. "Elas se adaptam ao plantio mecânico e à colheita mecânica crua, dispensando a queima", disse Landell.
O diretor do Centro de Cana do IAC destaca que o ganho de tempo e eficiência nas pesquisas requerem investimentos constantes em infraestrutura e recursos humanos. "O próximo passo será a instalação de uma sala de cruzamentos com temperatura e umidade controladas para a obtenção de sementes de qualidade", indicou.
A inauguração do laboratório será às 15 horas, no Centro de Cana do Instituto Agronômico, localizado na Rodovia Prefeito Antonio Duarte Nogueira, Km 32, em Ribeirão Preto (SP).
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