Os cientistas, que relataram seus resultados na revista Nature Structural & Molecular Biology, acreditam que suas descobertas ajudarão na compreensão de por que tratamentos anti-AIDS importantes podem falhar, ajudando no desenvolvimento de medicamentos mais eficazes contra a doença.
"O que nós descobrimos é a rota detalhada que as mutações tomam para promover a resistência," conta Eddy Arnold, um dos autores do estudo. "Em vez de bloquear a ação do AZT, o vírus na verdade remove o medicamento, e faz isso usando ATP, uma das moléculas celulares mais comuns. Este é um exemplo incrível de como o HIV pode pode frustrar a eficácia das drogas terapêuticas."
Resistência ao AZT
O AZT já foi o único tratamento para a AIDS, e continua sendo um tratamento importante, sobretudo na prevenção da transmissão do vírus de mães infectadas para os seus filhos recém-nascidos.
Os cientistas descobriram logo depois do surgimento do medicamento que o HIV desenvolvia resistência ao AZT, e que esta resistência tinha a ver com mutações, mas a forma como as mutações funcionavam para resistir à droga ainda era um mistério.
O AZT funciona inibindo uma enzima, a transcriptase reversa, que o HIV precisa para produzir DNA a partir de RNA, e assim se replicar.
Trifosfato de adenosina
Cerca de 10 anos atrás, estudos bioquímicos em vários laboratórios concluíram que a transcriptase reserva do HIV-1 resistente ao AZT usa o trifosfato de adenosina, ou ATP, que move energia dentro da célula, para remover o AZT.
Arnold e seus coautores utilizaram uma técnica chamada cristalografia de raios X para descrever em detalhe atômico como as mutações resistentes ao AZT permitem que transcriptase reversa recruta o ATP para remover o AZT.
Fonte: Ken Branson
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