quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Cientistas clonam vírus humano pela primeira vez

Uma equipe de cientistas do País de Gales clonou com sucesso pela primeira vez um vírus humano, oferecendo uma nova esperança para o tratamento de doenças potencialmente fatais.

O citomegalovírus humano (HCMV) é a principal causa infecciosa de malformações congênitas em todo o mundo. O vírus também é conhecido por provocar doenças fatais em pacientes transplantados e em pessoas com HIV/AIDS.

O desenvolvimento de novos tratamentos para essas condições tem sido dificultada pelo fato de que os cientistas não conseguiam até agora replicar de forma estável o citomegalovírus fora do corpo humano, um passo essencial para ele seja estudado.

Genoma do vírus

"O citomegalovírus humano tem de longe o maior genoma de todos os vírus que afetam os seres humanos - consequentemente ele era tecnicamente difícil de ser clonado de forma intacta em laboratório," explica o Dr. Richard Stanton, da Universidade de Cardiff.

Os cientistas superaram essa dificuldade identificando os genes que causam a a instabilidade do vírus fora do corpo humano.

"Após a identificação destes genes, nós desenvolvemos células nas quais nós podemos cultivar o vírus que corresponde àquele que existe no corpo humano," explica o pesquisador.

A clonagem do citomegalovírus humano vai ajudar os virologistas no desenvolvimento de antivirais e de vacinas contra o vírus. "Pela primeira vez pudemos criar uma cópia exata do vírus fora do corpo humano, um passo decisivo no desenvolvimento de novos tratamentos," diz Stanton.

Alvo prioritário de vacinas

Agora o vírus clonado está sendo distribuído para laboratórios de pesquisa em todo o mundo, e está sendo testado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como parte de um estudo para desenvolver uma norma internacional de diagnóstico para comparar estudos clínicos feitos por diversas equipes.

O citomegalovírus humano foi selecionado como o alvo prioritário para o desenvolvimento de vacinas pelo Instituto de Medicina dos Estados Unidos.

Para desenvolver vacinas, agentes antivirais e estudar melhor as doenças, é fundamental que os cientistas trabalhem com um vírus que represente com precisão o vírus presente nos pacientes. O vírus clonado vai permitir isso.

O estudo foi publicado no The Journal of Clinical Investigation.

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