sexta-feira, 13 de maio de 2011

Descoberta proteína que protege intestino contra vermes

Cientistas descobriram por que algumas pessoas têm uma proteção natural contra vermes parasitas bastante nocivos, ao passo que outras não têm defesa e acabam infectadas.

A descoberta pode levar ao desenvolvimento de novas terapias para um mal que assola cerca de um bilhão de pessoas em todo o mundo.

Os vermes parasitas respondem por uma grande parcela da mortalidade e morbidade que afeta um número enorme de pessoas, especialmente no Terceiro Mundo - assim como animais domésticos e o gado.

Muco intestinal

Pesquisadores da Universidade de Manchester, no Reino Unido, identificaram um componente-chave do muco do intestino de humanos e animais que é tóxico para esses vermes.

"Estes vermes parasitas vivem no intestino, que é protegido por uma espessa camada de muco," explica o Dr. David Thornton. "A barreira de muco é formada por uma mistura complexa de sais, água e grandes proteínas 'revestidas de açúcar', chamadas mucinas, que dão ao muco a sua característica de um gel."

Os cientistas descobriram que a atuação desse gel depende de uma mucina chamada Muc5ac.

Os estudos mostraram que os camundongos que não possuem a Muc5ac não conseguem expelir o Trichuris muris, um verme causador de doença nos animais equivalente ao Trichuris trichiura, que ataca os seres humanos.

Mesmo com uma forte resposta imunológica, as cobaias foram afetadas pela doença quando não possuíam a mucina - isso ocorre porque é a Muc5ac que é tóxica para os Trichuris.

Vermes humanos

A seguir, os pesquisadores demonstraram que a mucina estudada é essencial para a expulsão de vermes parasitas que causam doenças nos seres humanos, incluindo o verme causaLinkdor da ancilostomíase.

"Nossa pesquisa pode ajudar a identificar quem é e quem não é suscetível aos vermes parasitas, e isso pode eventualmente levar a novos tratamentos para pessoas com infecção crônica por parasitas," concluem os pesquisadores.

O estudo, publicado no Journal of Experimental Medicine, mereceu uma citação de destaque pela revista científica Nature.

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