segunda-feira, 16 de maio de 2011

Mandíbula de formiga inspira criação de grampo de sutura

Difícil encontrar alguém que não tenha uma cicatriz de pontos causada por alguma cirurgia.

Os pontos, também chamados de sutura, aproximam a pele, facilitando a cicatrização.

Dentre os tipos de sutura estão: sutura por fio absorvível (como categute, vicryl e dexon) e fio não absorvível (como nylon, seda e algodão), sutura por adesivo e sutura por grampo metálico.

Grampo de sutura

Inspirando-se na natureza, a pesquisadora brasileira Thays Obando Brito, da Universidade Federal do Amazonas, desenvolveu um novo grampo mais eficiente imitando o formato da mandíbula da formiga saúva soldado do gênero Atta, conhecida como formiga cortadeira.

A utilização de sistemas vivos da natureza como inspiração para a criação de processos, técnicas ou novos produtos é conhecida como biomimetismo. Thays desenvolveu o novo grampo de sutura em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), que patenteou o invento.

Os materiais utilizados na fabricação, a liga de aço cromo e o silicone, já existem no mercado e são de baixo custo. Além disso, os grampos são também fabricados em cores, criados principalmente para o público infantil. "Eu me preocupei com essa questão psicológica para ter um diferencial no mercado", destaca Brito.

Mandíbula de formiga

Ela conta que a ideia do projeto surgiu inspirada na cena do filme "Apocalíptico", do diretor Mel Gibson, que retrata a cultura e história das civilizações pré-colombianas da América Central. Em uma das cenas, a mãe aplica a mandíbula da formiga para suturar o ferimento da criança.

"Observando a aplicação da formiga na sutura que os índios utilizavam, comecei a imaginar e consequentemente a criar. Foi quando descobri nos livros de medicina sobre sutura, que realmente eles utilizavam a mandíbula da formiga para suturar as feridas", disse.

Sem grampeador

A manipulação do objeto acontece por meio do porta-agulha, instrumento comum no centro cirúrgico, a fim de introduzir o grampo na pele, aproximando as bordas do ferimento.

"Também tive a preocupação com a questão econômica, por isso esse grampo tem outro diferencial, ou seja, o mesmo não necessita de um instrumento próprio, bem diferente do grampo metálico já existente, que necessita de grampeador próprio para sua fixação na pele", enfatiza Brito.

O grampo também tem um dispositivo externo que serve como tampa de proteção.

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