Equipado com visualização totalmente em 3D, o simulador será utilizado pela Transpetro para a análise de procedimentos e dimensionamento de sistemas e para o treinamento inicial ou reciclagem de capitães e pilotos fluviais que atuarão no transporte de combustíveis (álcool e biodiesel) na hidrovia Tietê-Paraná.
Simulador de balsa
Segundo o professor Eduardo Aoun Tannuri, a utilização do simulador vai auxiliar a Transpetro, subsidiária da Petrobras, na agilização do treinamento dos operadores dos comboios da empresa na hidrovia.
"Em média, um treinamento desse tipo poderia levar até dois anos. Com o simulador, pretende-se reduzir de alguns meses esta etapa", estima o docente.
"O acordo para a elaboração do projeto foi celebrado em dezembro de 2010, e, num período inferior a quatro meses, apresentamos o sistema concluído e pronto para entrar em operação", comemora Tannuri, que coordenou o desenvolvimento do simulador, que começará a operar em maio.
O simulador possui uma bancada com dois manches, chamados de telégrafos, que são manipulados pelo condutor em treinamento para realizar as manobras virtuais.
O simulador mostra, em três telas 3D, um comboio fluvial formado por quatro chatas, que é empurrado pelo navio operado pelo condutor.
"As maquetes virtuais são modelos que reproduzem fielmente o ambiente e o equipamento real que está sendo demandado pela Transpetro, cuja construção deverá estar concluída em 2013", ressalta Tannuri.
Trajeto real
Pelas telas, o condutor visualiza o percurso que o comboio tem de percorrer, inclusive com as dificuldades do curso da hidrovia, como curvas, pontes, eclusas e correntezas.
"As informações sobre o trajeto da hidrovia e comportamento do comboio foram reproduzidas com fidelidade graças aos dados fornecidos pelo IPT e imagens obtidas por satélites. A partir dessas informações, desenvolvemos o mapeamento da hidrovia relativo a 30 quilômetros do percurso", explica Tannuri.
O trajeto inclui três pontos críticos da hidrovia: a curva do rio Paranaíba, a ponte sob a rodovia SP-595, em São José dos Dourados, e a eclusa de Promissão.
A ideia dos pesquisadores é continuar os trabalhos até ter mapeado todo o percurso da hidrovia, que é de aproximadamente mil quilômetros.
Segurança para transporte de combustível
A necessidade de um treinamento apurado na condução do comboio fluvial se justifica pela própria carga que será transportada: álcool e biodiesel.
"Existem comboios semelhantes que navegam pela hidrovia atualmente, transportando grãos e outros produtos agrícolas. O transporte de combustível necessita de maior segurança", justifica Tannuri.
As embarcações terão capacidade de transportar cerca de 4 mil metros cúbicos de combustível. No simulador, o operador terá condições de conduzir os comboios vazios ou cheios.
"Os softwares permitem criar situações adversas aos operadores, como chuva e correntezas. Até mesmo um cenário totalmente escuro pode ser simulado," descreve.
Um desses programas permitiu a criação do cenário virtual, enquanto outro possibilitou a criação de toda a dinâmica do comboio.
Propulsão azimutal
Todo o comboio fluvial da Transpetro, composto pelas quatro balsas e pelo navio empurrador, terá 137 metros de comprimento.
Na reprodução do simulador, a embarcação que empurra o comboio, o empurrador, já é dotada de propulsão azimutal, dispensando o uso de leme.
"Nesse tipo de propulsão, dois conjuntos que comportam os motores podem girar de maneira independente. O sistema permite manobras da embarcação em espaços reduzidos", garante o docente.
Fonte: Agência USP
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