Os resultados, publicados na revista PLoS Biology, são um passo importante na compreensão das causas dessa doença debilitante e até hoje sem tratamento eficaz.
Com o envelhecimento da população mundial, torna-se imperativo que os mecanismos das doenças degenerativas, como o Mal de Parkinson, que normalmente se desenvolve entre 45 e 60 anos de idade, sejam descobertos ou, no mínimo, melhor compreendidos.
O que é Mal de Parkinson
O Mal de Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central (SNC) e afeta mais de 6 milhões de pessoas no mundo todo, com este número apresentando uma tendência de crescimento.
O Mal de Parkinson afeta as habilidades motoras, de fala, controle muscular, movimento e equilíbrio. Os pacientes acometidos pela doença muitas vezes tremem e são incapazes de controlar os movimentos de seus membros.
A variedade de sintomas e condições tem levado os cientistas a concluírem que talvez o Mal de Parkinson não seja uma doença única. Outra pesquisa mostrou que o Mal de Parkinson pode não se originar no cérebro, apenas migrando para lá depois de se desenvolver em outras partes do organismo.
Neurotransmissor
Mas o modelo teórico mais aceito atualmente afirma que o Mal Parkinson se desenvolve como resultado de uma redução na atividade do neurotransmissor dopamina no cérebro.
Apesar de anos de pesquisa extensiva, no entanto, os cientistas ainda não conseguiram descobrir o que provoca as alterações moleculares que causam essa redução.
Vários avanços têm ocorrido na pesquisa do Mal Parkinson ao longo dos últimos 10 anos, incluindo a identificação de vários genes envolvidos no desenvolvimento da forma hereditária da doença.
Outra pesquisa mostrou que os fatores de crescimento das células nervosas, como o GDNF (fator neurotrófico derivado das células gliais), reduzem o ritmo de destruição das células nervosas na parte do cérebro afetada pelo Parkinson.
Por outro lado, pesquisas recentes com o transplante de células-tronco no cérebro para tratamento do Mal de Parkinson mostraram que as células implantadas acabaram também sendo afetadas pela doença.
Condições para o Mal de Parkinson
O avanço da equipe alemã ocorreu quando eles descobriram que, em modelos animais, a morte celular na substância negra (o mesencéfalo) ocorre quando três fatores particulares estão presentes:
1. um gene da doença com problemas (o gene DJ-1);
2. uma deficiência na resposta ao fator de crescimento, e
3. o envelhecimento do animal.
"Embora já tivéssemos um pressentimento de que isto poderia estar acontecendo, nós não tínhamos nenhuma prova real até agora," disse o Dr. Aron Liviu, do Instituto Max Planck de Neurobiologia, que é primeiro autor do estudo.
Fisiologia versus comportamento
A descoberta é uma espécie de "caminho do meio" entre a tendência majoritária da ciência em explicar a doença por questões estritamente fisiológicas, como os genes, e a avaliação de que fatores ambientais - cultura, modo de vida, personalidade etc. - possam ser importantes indutores de alterações dessa fisiologia.
"A descoberta da conexão entre a resposta a um fator de crescimento e o gene DJ-1 é extremamente interessante," acrescentou o professor Rüdiger Klein, também do Max Planck Institute. "Os fatores ambientais influenciam a oferta de fatores de crescimento e suas interações com fatores genéticos podem ajudar-nos a compreender melhor a doença de Parkinson."
Fonte: Diário da Saúde
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