quinta-feira, 22 de abril de 2010

Cura da cegueira: terapia genética restaura visão em camundongos

Usando uma espécie de terapia genética, cientistas das universidades de Buffalo e Oklahoma, nos Estados Unidos, conseguiram reverter a retinite pigmentosa em camundongos, fazendo com que os animais voltassem a enxergar.

O experimento bem-sucedido é um passo importante nas pesquisas que poderão, no futuro, permitir que pessoas que sofrem dessa e de outras doenças oculares voltem a enxergar.

O que é retinite pigmentosa

A retinite pigmentosa é na verdade um grupo de doenças oculares hereditárias que afetam a retina. A retinite pigmentosa faz com que células da retina morram prematuramente, levando à perda da visão.

A doença danifica os fotorreceptores, as células da retina que transformam a luz em sinais elétricos, que são transmitidos ao cérebro por meio do nervo óptico. Esses danos deixam milhões de pessoas no mundo inteiro com perdas visuais e cegueira.

Não há cura para a retinite pigmentosa atualmente.

Terapia genética

Ao contrário de outros experimentos com terapias genéticas, os cientistas não utilizaram vírus modificados, diminuindo o potencial de riscos e efeitos colaterais desse tratamento experimental.

A técnica utiliza uma nanopartícula transportando ácidos nucleicos, tipicamente moléculas de DNA "compactadas", segundo os pesquisadores, que carregam os genes a serem implantados.

"Nós esperamos que os resultados de nosso estudo transformem-se em um instrumento na geração de uma cura para a cegueira debilitante associada com a retinite pigmentosa e outras doenças hereditárias e adquiridas da retina," disse Muna I. Naash, coautora da pesquisa, que foi publicada no exemplar de Abril do Faseb Journal.

Degeneração da retina

Naash e seus colegas usaram grupos de camundongos com o gene Rds, da degeneração retinal lenta, que causa a retinite pigmentosa.

Cada grupo de animais recebeu um dentre três tipos de "tratamentos": nanopartículas contendo a cópia normal do gene Rds, o gene normal sozinho, ou uma solução salina.

Os camundongos que receberam o gene sozinho ou a solução salina continuaram a perder sua visão.

Milagre da cura do cego

Os camundongos que receberam a terapia de nanopartículas com o gene mostraram sinais significativos de cura. Eles apresentaram uma melhora estrutural nas suas retinas, bem como melhoria da visão funcional, que durou durante todo o estudo.

As nanopartículas parecem ser seguras e foram bem toleradas pelos animais, que não sendo registrado nenhum efeito colateral.

"Fazer um cego ver já foi chamado de milagre," disse o Dr. Gerald Weissmann, editor-chefe do FASEB Journal. "À medida que expandimos a nossa compreensão da evolução, da genética e da nanotecnologia, é provável que curas 'milagrosas' tornem-se tão comuns quanto as reivindicadas pelos curandeiros do passado e do presente."

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