A técnica, detalhada na última edição da revista Nature, abre novos caminhos para a fabricação de biomateriais sintéticos com aplicações medicinais, na chamada engenharia de tecidos, e em ciências dos materiais.
"Há evidentes implicações de longo prazo para os engenheiros de tecidos," afirma Hongbin Li, químico e coautor da pesquisa. "Mas em um nível fundamental, verificamos que as propriedades mecânicas das proteínas individuais que compõem este biomaterial podem ser traduzidas em propriedades mecânicas úteis em escala macro."
Titina
Li e seu colega John Gosline sintetizaram proteínas artificiais para imitar a estrutura molecular da titina.
A titina - também conhecida como conectina - é uma proteína gigante que desempenha um papel vital na elasticidade passiva dos músculos.
A versão sintética, que se assemelha a um colar de pérolas, é aproximadamente 100 vezes menor do que a titina. O material resultante, semelhante à borracha, apresenta alta resiliência sob baixa tensão e alta resistência sob alta tensão - características que compõem as propriedades elásticas dos músculos.
Propriedade dos músculos
"A marca registrada dessas proteínas parecidas com a titina é que elas se desdobram sob a ação de uma força de alongamento, para dissipar a energia e evitar danos aos tecidos por excesso de alongamento," aplica Gosline. "Nós fomos capazes de replicar uma das características mais exclusivas apresentadas pelos tecidos musculares, mas não todas elas."
As propriedades mecânicas desses biomateriais podem ser ajustadas, permitindo o desenvolvimento de biomateriais que apresentam uma grande variedade de propriedades úteis - inclusive simulando diferentes tipos de músculos.
O material também é totalmente hidratado e biodegradável.
Fonte: Diário da Saúde
Nenhum comentário:
Postar um comentário