Um grupo internacional de cientistas e engenheiros desenvolveu uma fábrica biológica natural de medicamentos, que cultiva plantas capazes de produzir grandes quantidades de vacinas e princípios ativos de medicamentos.
A fábrica biológica é considerada natural porque as plantas utilizadas não sofrem modificações genéticas.
Fábrica biológica
A "plantação de vacinas" - ou a fábrica de vacinas baseada em plantas, como os cientistas a chamam - foi desenvolvida por um grupo do Centro Fraunhofer de Biotecnologia Molecular, da Alemanha, da Universidade de Boston e da empresa biofarmacêutica iBio, ambas nos Estados Unidos.
A colheita das vacinas e medicamentos - sua retirada da plantas - pode ser feita em poucas semanas, um processo muito mais simples do que a produção de vacinas em laboratório, o que torna a tecnologia mais capaz de fazer frente a surtos e epidemias do que as técnicas atuais.
A fábrica biológica utiliza um vetor viral de plantas que produz proteínas específicas no interior das folhas. Todo o processo, incluindo a injeção do vetor viral nas plantas, é automatizado.
Biofábrica
Como em todas as fábricas de alta tecnologia, tudo é automatizado. Apesar de ser basicamente uma plantação, a biofábrica não lembra em nada uma lavoura tradicional.
Máquinas robotizadas plantam as sementes em substratos esterilizados, cuidam das plantas em crescimento, controlando irrigação, adubação e iluminação, introduzem o vetor viral que faz com que a planta produza a proteína desejada e colhem a biomassa quando o medicamento atingir um nível adequado de concentração nas folhas.
As plantas são cultivadas em bandejas, ao redor dos quais os robôs se movimentam para fazer todo o trabalho. Isto também permite o aumento da plantação conforme a necessidade, pela adição de novas bandejas e de extensões para os trilhos por onde os robôs se deslocam.
Processo biológico em escala industrial
A biofábrica foi projetada para ser eficiente em termos de tempo, custo e espaço.
"Nós pegamos um processo biológico e o transformamos em um processo industrial," diz o Dr. Andre Sharon, da Universidade de Boston. "Tudo foi projetado do zero. O processo é rápido, mais barato, mais seguro, e não exige as sofisticadas culturas ou os processos de fermentação necessários nos processos atuais de produção de vacinas."
"As técnicas tradicionais de produção de vacinas podem levar meses. Nossa tecnologia baseada em plantas oferece um meio para a produção do material das vacinas de forma rápida e em larga escala, e com um custo muito competitivo," comentou o Dr. Vidadi Yusibov, do Instituto Fraunhofer.
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