"A estrela que comeu meu planeta" pode soar como título de um filme de ficção científica classe B, mas é exatamente isto o que está acontecendo a 600 anos-luz de distância da Terra.
Como uma mariposa ao redor de uma chama, um planeta gigantesco, pouco maior do que Júpiter, chegou tão perto de sua estrela que ela começou a sugar sua atmosfera.
Isso acontece porque o planeta fica tão quente que a sua atmosfera se expande além do ponto onde a gravidade da estrela supera a gravidade do planeta, passando a atrair e consumir sua massa aos poucos. Os astrônomos calculam que o planeta será completamente devorado em 10 milhões de anos.
Planeta mais quente da galáxia
O planeta, chamado WASP-12b, é o mais planeta quente já descoberto, com uma atmosfera fervendo a cerca de 1.500 graus Celsius.
Ele tem cerca de 40 por cento mais massa do que Júpiter, e sua atmosfera expandiu-se tanto que já atinge cerca de três vezes o raio do nosso vizinho gigante, que há poucos dias perdeu uma de suas faixas.
Este efeito de "troca" de matéria entre dois objetos estelares é comumente visto em sistemas binários nos quais as duas estrelas estão muito próximas. Mas esta é a primeira vez que o fenômeno foi visto de forma tão clara envolvendo um planeta.
Metais cósmicos
Apesar da curiosidade do fenômeno, talvez o dado científico mais importante seja que os astrônomos conseguiram identificar elementos químicos - metais - nunca antes detectados fora do Sistema Solar.
Foram detectados sinais de sódio neutro, estanho, manganês, itérbio ionizado, escândio, manganês, alumínio, vanádio, e magnésio.
"Encontramos também o número estatisticamente esperado de trânsitos anômalos em comprimentos de onda que não estão associados a nenhuma linha de ressonância conhecida," afirmam os pesquisadores.
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