Em Março deste ano, o telescópio Swift da NASA, flagrou um fenômeno cósmico disparando um feixe de raios X incrivelmente forte em direção à Terra, vindo da Constelação do Dragão.
Essa fonte intensa e incomum, formada por feixes de alta energia, chamou a atenção dos astrônomos.
Eles então usaram outros telescópios e observatórios, incluindo um instrumento a bordo da Estação Espacial Internacional, para analisar o evento inédito, em busca de uma explicação para sua ocorrência.
Depois de analisar com cuidado o fenômeno, agora conhecido como Swift J1644+57, os cientistas descobriram se tratar de algo verdadeiramente extraordinário: um buraco negro "dormente" acordando ao começar a consumir uma estrela.
O processo ainda está em andamento, e os astrônomos estimam que a "refeição" do buraco negro só terminará em meados do ano que vem.
Buraco negro engolindo estrela
A maioria das galáxias, incluindo a nossa Via Láctea, possui um buraco negro gigantesco em seu centro, pesando milhões de vezes a massa do Sol. Segundo os estudos, o buraco negro que está engolindo a estrela pode ser duas vezes maior do que o "nosso".
Conforme uma estrela cai em direção ao buraco negro, forças de maré gigantescas destroem-na completamente. Os destroços formam um disco ao redor do buraco negro, que continuam a cair como em um redemoinho.
As altíssimas temperaturas, o magnetismo e o movimento super rápido da parte mais interna do redemoinho geram "funis" em direções opostas, através dos quais algumas partículas escapam do evento.
Essa fuga cria jatos de matéria saindo ao longo do eixo de rotação do buraco negro, em sentidos opostos e viajando a até 90% da velocidade da luz.
Para sorte dos astrônomos, no caso do J1644+57, um desses jatos está apontado em direção à Terra, o que permitiu que observássemos o fenômeno.
Jatos de raios X
Estudos teóricos de estrelas destruídos por efeitos de maré sugerem que o fenômeno apareceria na forma de erupções em energias ópticas e ultravioletas.
Mas o brilho e a energia do jato de um buraco negro é muito maior quando visto de frente.
O fenômeno, chamado radiância relativística, explica porque o Swift J1644+57 foi visto em raios X e parece tão surpreendentemente luminoso.
"As emissões de rádio ocorrem quando os jatos mergulham no ambiente interestelar. Por outro lado, os raios X surgem muito mais próximos do buraco negro, como se saísse da base dos jatos," explica Ashley Zauderer, do Centro Harvard-Smithsoniano para Astrofísica, nos Estados Unidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário