Uma equipe de pesquisadores da Tanzânia e da Dinamarca descobriu que o mosquito que carrega o parasita da malária praticamente desapareceu das vilas sem qualquer combate organizado.
E os pesquisadores ainda não sabem o porquê.
Há várias hipóteses, mas sem dados adequados eles não podem afirmar se a malária está sendo erradicada ou se a doença está apenas "descansando" antes de voltar com um vigor renovado.
Sem crédito dos mosquiteiros
"Muitos de nossos colegas pesquisadores da malária acreditam que a queda em países como a Tanzânia, Eritréia, Ruanda, Quênia e Zâmbia mostram que todos os programas de controle estão funcionando, particularmente o uso de mosquiteiros," afirma Dan Meyrowitsch, da Universidade de Copenhagen.
Mas ele continua:
"Isso simplesmente não é a história toda. Há mais de dez anos, temos recolhido e contado o número de mosquitos nas aldeias da Tanzânia. O número em nossas armadilhas caiu de 5.300 em 2004 para apenas 14 em 2009 - e isto foi em aldeias sem redes de mosquito."
Variação na intensidade das chuvas
Dan Meyrowitsch explica que a queda de 99% da população de mosquitos da malária durante o final da década de 1990 parece estar ligada a uma queda na intensidade das chuvas. Isto pode ser devido às mudanças climáticas globais, segundo ele.
"De 2003 a 2009, o volume de precipitação foi mais estável, mas a chuva era mais caótica e caiu fora da estação chuvosa. E isso pode ter perturbado o ciclo natural de desenvolvimento do mosquito", diz ele.
"É claro que é ótimo que o número de mortes relacionadas à malária entre crianças tenha caído drasticamente nos últimos cinco ou seis anos, mas precisamos saber por quê," alerta.
Como os pesquisadores podem descartar a ação dos mosquiteiros, a questão é se os mosquitos sucumbiram à doença, ou comunidades estão utilizando pesticidas, ou se a queda é devido aos novos padrões caóticos de chuva.
O retorno
"A menos que encontremos a resposta, não seremos capazes de prever quando os mosquitos da malária retornarão, e isso pode rapidamente se tornar crítico," explica Dan Meyrowitsch.
Isso porque muitas crianças e adultos não têm sido expostos à malária nos últimos cinco ou seis anos, e assim perderam ou deixaram de desenvolver imunidade ao parasita.
Se, e quando os mosquitos voltarem de repente, isso pode significar epidemias dramáticas de malária, a menos que a população e as autoridades de saúde se preparem antecipadamente para isso.
Fonte: Redação do Diário da Saúde
Nenhum comentário:
Postar um comentário