A ideia de fabricar airbags individuais não é nova. O acessório é muito utilizado por esportistas.
Esquiadores, skatistas, alpinistas, montanhistas e um sem-número de adeptos de outros esportes de aventura têm muito a agradecer por eles.
Um airbag pessoal funciona criando uma onda de pressão no interior de um tubo, que perfura um cartucho de gás, fazendo com que os sacos de proteção inflem. O volume adicional criado ao redor da pessoa protege-a do impacto e da queda. No caso dos esquiadores na neve, a flutuabilidade extra muitas vezes evita que o esquiador seja enterrado pela neve.
Detectando a queda
Contudo, um desafio ainda restava por ser vencido para aprimorar de vez esta tecnologia de segurança.
Enquanto em um carro é possível instalar sensores que detectam a iminência do perigo e acionam os airbags, isso é muito mais difícil de fazer em uma pessoa - como saber que o atleta não está fazendo uma manobra radical e que, naquele momento, ele está simplesmente caindo?
Trabalhando com praticantes do esqui na neve, o Dr. Bernhard Budaker, do instituto alemão Fraunhofer, acredita ter achado uma solução.
Segundo ele, é uma sensação de extrema frustração quando um grupo de esquiadores vê um de seus colegas sendo perseguido e tragado por uma avalanche sem poder fazer nada - o próprio esquiador não tem tempo de reagir e, na maioria das vezes, não percebe que está para acontecer, sendo levado sem acionar seu airbag.
Airbag à distância
Com este cenário em mente, Budaker e seus colegas desenvolveram um novo sistema de airbag pessoal no qual uma unidade eletrônica garante que um instrutor ou colega possa acionar remotamente o airbag existente na mochila do esportista prestes a sofrer o acidente.
O novo airbag possui um gatilho extra, acionável à distância, além do tradicional, acionado pelo próprio esportista e que não tem grande serventia se a pessoa não percebe o perigo a tempo.
"Nós reprojetamos a alça de ativação para incorporar uma série de componentes eletrônicos, de forma que a ativação do airbag possa ser iniciada também por outros membros de uma equipe de esquiadores," diz o engenheiro.
O novo sistema de ativação, que já está pronto para comercialização, poderá ser adaptado nos airbags pessoais que já estão no mercado.
Segurança da segurança
Para evitar acidentes e ações mal-intencionadas, o sistema exige a configuração de operadores master e escravo. Somente um master pode ativar os airbags dos outros membros do grupo.
"Nós transmitimos em 868 e 915 megahertz. A interface de programação óptica do aplicativo permite a definição de grupos específicos. Os membros do grupo precisam colocar todas as suas mãos juntas para que se tornem uma unidade," explica Budaker.
O sinal de ativação tem um alcance entre 350 e 500 metros, mas esta distância pode ser estendida, uma vez que cada membro do grupo age como uma estação retransmissora - cada um passando adiante o sinal de acionamento.
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