Pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados, sintetizaram um composto que pode capturar e, em seguida, liberar dióxido de carbono (CO2), de forma mais eficiente do que qualquer outro processo ou material testado até hoje.
A captura de CO2 é importante não apenas para as futuras tentativas de sequestrar o dióxido de carbono presente na atmosfera, mas também nos processos industriais atuais, principalmente para purificar o gás natural.
Estruturas metal-orgânicas
Qualquer filtro de CO2 viável deve não só capturar o CO2 de forma eficaz e com alta produtividade, mas também deve ser capaz de liberar o CO2 de forma eficiente, para que o filtro possa ser reutilizado.
Omar Yaghi e seus colegas exploraram uma nova classe de materiais chamados de estruturas metal-orgânicas (MOFs - metal-organic frameworks). Foi este mesmo grupo de pesquisadores que criou os cristais menos densos já fabricados, com aplicações na geração de energia limpa.
Dependendo de sua estrutura e do tamanho de seus poros, as estruturas metal-orgânicas permitem apenas a passagem de moléculas com formatos específicos, uma propriedade chamada de seletividade de formato. O ambiente no interior dos poros também pode ser muito diferente daquele encontrado fora deles, viabilizando reações químicas que não ocorreriam no material bruto.
Filtro de CO2
Os pesquisadores descobriram que o Mg-MOF-74, pode ser um filtro de CO2 muito eficiente. Eles usaram como teste uma mistura de 20 por cento de CO2 incorporado no gás metano.
O composto, repleto de minúsculas "cavernas" de magnésio, separou o CO2 do metano, capturando mais de duas vezes a quantidade de CO2 obtida por qualquer outro material do mesmo tipo.
O filtro MOF também separou uma maior porcentagem de dióxido de carbono por quilograma do que as zeólitas, outro material poroso considerado um candidato promissor para a captura de CO2.
A "gaiola química" liberou 87% do CO2 a temperatura ambiente, e o restante após ser aquecido a meros 80 graus Celsius, usando muito menos energia do que outros processos.
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