Uma equipe da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST, na sigla em inglês) está no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP), para a chamada Revisão Crítica do Projeto (CDR) dos satélites CBERS-3 e 4. As atividades serão realizadas nos dias 2 e 3 de fevereiro em conjunto pelos especialistas brasileiros e chineses.
Domínio da tecnologia
O INPE é o responsável no Brasil pelo Programa CBERS (sigla para China-Brazil Earth Resources Satellite: Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), parceria iniciada com a China em 1988 e que garantiu a ambos os países o domínio da tecnologia do sensoriamento remoto para observação da Terra.
Segunda geração de satélites desenvolvidos pela parceria sino-brasileira, os CBERS-3 e 4 representam uma evolução dos satélites CBERS-1, 2 e 2B, este último lançado em setembro de 2007.
Revisão do satélite
O Programa CBERS possui quatro principais segmentos, denominados Segmento Espacial - Satélite, Segmento de Controle, Segmento de Aplicações e Segmento do Veículo Lançador. A revisão crítica que será feita na próxima semana tratará do primeiro, que consiste no satélite propriamente dito e suas interfaces com os outros Segmentos.
O objetivo da CDR é verificar se o projeto cumpre com os requisitos estabelecidos para o satélite e seus subsistemas, com as devidas margens de segurança, para atestar que a alternativa escolhida pelos engenheiros é a mais adequada. É também objetivo da CDR verificar as interfaces do satélite com os demais segmentos.
Modelos de satélite
Para chegar a esta etapa do projeto foram projetados, construídos e testados quatro modelos de satélites: Modelo Radioelétrico (RM); Modelo Estrutural (SM), Modelo Térmico (TM) e Modelo Elétrico (EM).
O modelo radioelétrico do satélite possui as características radioelétricas (antenas, formas, superfícies). É construído e testado em campo de antenas para verificar diagramas de radiação e interferências.
O modelo estrutural possui as características mecânicas do satélite, e tem como objetivo verificar se o satélite vai resistir aos esforços mecânicos impostos ao longo de sua vida útil, principalmente os esforços do lançamento. Esse modelo é submetido a testes estáticos e dinâmicos (vibração e acústico).
O modelo térmico é construído com as características térmicas do modelo de voo e é submetido a teste de balanço térmico (TBT) em câmara termovácuo. O objetivo deste teste é verificar se todos os equipamentos e subsistemas suportarão as diferenças de temperatura durante a operação em órbita.
O modelo elétrico é construído com equipamentos reais que são montados em uma estrutura representativa do satélite (modelos de engenharia) e tem como objetivo realizar a verificação dos requisitos funcionais de desempenho e a compatibilidade eletromagnética do satélite como um todo.
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