De acordo com o astrônomo Edward Sion, da Universidade de Villanova, nos Estados Unidos, a estrela T Pyxidis parece destinada a explodir com força para se transformar em uma supernova - dentro de mais ou menos 10 milhões de anos.
Supernovas são corpos celestes que surgem depois de explosões de estrelas com mais de 10 massas solares.
Além disso, os cientistas descobriram que a estrela não está a 6.000 anos-luz da Terra, como indicavam os cálculos anteriores, mas a apenas 3.260 anos-luz.
Segundo Sion, a transformação da T Pyxidis em uma supernova tipo 1a destruiria a camada de ozônio da Terra, tornando-a inabitável.
Fim da camada de ozônio?
Mas nem todos concordam com Sion.
Alexei Fillipenko, da Universidade da Califórnia, afirma que Sion teria utilizado os dados de uma erupção de raios gama (GRB - gamma-ray burst) para calcular a intensidade da radiação que atingiria a Terra, destruindo a camada de ozônio.
Segundo Sion e seus colegas, a explosão com força estimada de 20 bilhões de bilhões de bilhões de megatons de TNT, a uma distância de 3.260 anos-luz, jogaria sobre a Terra um nível de radiação gama equivalente a 1.000 erupções solares, o que seria suficiente para destruir a camada de ozônio, deixando o planeta vulnerável a outras radiações cósmicas, eventualmente destruindo toda a vida.
Contudo, com base no conhecimento atual, não há motivos para crer que a T Pyxidis, eventualmente transformada em supernova, gerasse uma erupção de raios gama. Com base na emissão de raios gama que se espera - caso a estrela de fato torne-se uma supernova tipo 1a - ela deveria estar pelo menos 10 vezes mais próxima para causar tanto dano.
Explosões periódicas
Dados da sonda espacial International Ultraviolet Explorer mostraram que a T Pyxidis não é uma estrela única, mas um sistema binário formado por uma estrela brilhante e por outra, menor e mais densa, do tipo anã branca.
A anã branca está ganhando massa com o gás absorvido da estrela vizinha. O eventual surgimento da supernova depende da continuidade desse ganho de massa, até que ele ultrapasse 1,4 vezes a massa do Sol, o chamado Limite de Chandresekhar.
Ocorre que, periodicamente, a anã branca ejeta massa na forma de erupções de energia, que atuam na contramão desse processo. A estrela vinha apresentando explosões ritmadas, em intervalos de aproximadamente 20 anos - foram detectadas explosões em 1890, 1902, 1920, 1944 e 1967.
Futuro incerto
Mas a T Pyxidis não apresenta explosões há 44 anos, e os astrônomos não têm uma explicação para isso. Para Sion, isso é um indicativo de que a anã-branca está acumulando massa, caminhando na direção de se tornar uma supernova 1a. Se, e somente se, esse ritmo continuar, dentro de mais ou menos 10 milhões de anos, a T Pyxidis poderá se tornar uma supernova.
Uma supernova tipo 1a libera cerca de 10 milhões de vezes mais energia do que a explosão de uma nova, a explosão que ocorre quando as estrelas comuns chegam ao fim de suas vidas, dando origem a anãs brancas, como a que compõe o sistema binário T Pyxidis.
As explosões que originam anãs brancas são muito mais comuns no universo do que as que originam as supernovas.
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