quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Robô submarino mergulha na pesquisa polar

Ao mergulhar nas águas geladas da Antártica, aos 77°S, o Dragão do Gelo tornou-se o robô submarino que mais se aproximou do Pólo Sul.

Embora os robôs submarinos há muito tenham-se tornado a ferramenta preferida dos cientistas para os estudos e a exploração marítima, nunca um deles havia ido tão longe.

O robô submarino foi lançado em um buraco no gelo que as baleias usam para respirar, e depois dirigido remotamente para o mar aberto, onde está coletando amostras e imagens para estudos sobre a produtividade biológica da região.

Até o início de Janeiro, quando os pesquisadores o deixaram por contra própria, o robô fez 783 mergulhos a profundidades de até 700 metros, navegando um total de 1.402 quilômetros.

Produtividade biológica

Cada mergulho durante cerca de duas horas, durante as quais sensores instalados na parte externa do casco de fibra de vidro do robô mergulhador medem a temperatura da água, salinidade, níveis de oxigênio e concentrações de clorofila, uma medida da fotossíntese e da abundância de fitoplâncton.

Agora ele vai continuar em sua missão contínua, parecendo um ioiô, mergulhando e subindo à superfície para transmitir os dados, até que os pesquisadores voltem para resgatá-lo, antes do inverno.

Os dados, assim como as instruções para os novos mergulhos, são transmitidos através da rede de satélites Iridium.

Propulsão por flutuabilidade

Sem um motor e sem hélices, o robô submarino sobe e desce usando um conjunto de barbatanas para converter a flutuabilidade em movimento lateral. Sua velocidade máxima é de cerca de 800 metros por hora.

Uma pequena bateria altera a flutuabilidade do robô forçando óleo mineral a entrar ou sair de uma bolsa inflável.

Movendo a bateria para a frente e para trás, altera-se o centro de gravidade do robô, controlando o mergulho ou o movimento de ascensão; movendo-a para um lado ou para o outro controla-se a inclinação e, por decorrência, a direção do Dragão do Gelo.

Este sistema de propulsão dá uma independência inédita ao robô submarino, que pode permanecer no mar por meses, sem precisar recarregar sua bateria - o recorde até agora é de 7.200 quilômetros, em uma viagem através do Atlântico que durou 221 dias.

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