O biochip, dotado de nanossensores muito sensíveis, analisa a forma como as proteínas se ligam umas às outras, um passo crítico para avaliar a eficácia e os possíveis efeitos colaterais de um medicamento em potencial.
Uma única matriz de um centímetro quadrado desses nanossensores monitora, simultânea e continuamente, milhares de vezes mais eventos de ligação de proteínas do que qualquer sensor existente.
Ligação de proteínas
O novo sensor também é capaz de detectar as interações com maior sensibilidade e fornecer os resultados significativamente mais rápido do que as técnicas atuais.
"Você pode encaixar milhares, dezenas de milhares de diferentes proteínas de interesse no mesmo chip e executar os experimentos de ligação de proteínas de uma só vez," disse Shan Wang, que liderou a pesquisa.
Em tese, segundo o pesquisador, em um único teste no biochip, é possível medir a afinidade de uma droga com cada proteína no corpo humano.
Processamento paralelo
O poder do biochip se fundamenta em dois avanços obtidos pela equipe.
Primeiro, o uso de nanopartículas magnéticas ligadas à proteína que está sendo estudada aumenta a sensibilidade do monitoramento.
Em segundo lugar, um modelo de análise que os pesquisadores desenvolveram lhes permite prever com precisão o resultado final de uma interação com base em apenas alguns minutos de coleta de dados - as técnicas atuais normalmente monitoram não mais do que quatro interações simultâneas, e o processo pode levar horas.
Chip cobaia
"Digamos que estamos pesquisando um medicamento contra o câncer de mama," explica Richard Gaster, coautor da pesquisa. "O objetivo da droga é ligar-se a proteínas-alvo nas células do câncer de mama tão fortemente quanto possível. Mas nós também queremos saber o quão fortemente essa droga poderia se ligar de forma indesejável a outras proteínas no corpo."
Para descobrir isso e testar o novo biochip, os pesquisadores inseriram nele proteínas do câncer de mama juntamente com as proteínas do fígado, pulmões, rins e outros tipos de tecido.
Em seguida, eles acrescentaram a medicação com seus marcadores magnéticos e acompanharam com quais proteínas e com que força o fármaco se uniu.
"Assim, podemos começar a prever os efeitos adversos dessa droga, sem nunca colocá-la em um paciente humano," diz Gaster.
Fonte: Redação do Diário da Saúde
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