Pesquisadores do MIT, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo protocolo de comunicações que permite que os usuários de celulares e redes Wi-Fi tenham até 50% mais largura de banda disponível sem nenhuma modificação no hardware das redes.
Tudo o que é necessário é utilizar os receptores de GPS que já equipam a maioria dos celulares inteligentes e outros aparelhos de acesso à internet.
Transferência na rede
Durante a maior parte do século 20, o paradigma da comunicação sem fio era uma estação de rádio com um único transmissor de alta potência. Enquanto você estivesse no raio de alcance desse transmissor, você conseguia sintonizar a estação.
Com o advento das redes de telefonia celular, e mais ainda com o Wi-Fi, o paradigma passou a ser um grande número de transmissores de baixa potência espalhados pela cidade e pelas estradas.
Quando o usuário sai do alcance de um transmissor e entra na área de atuação de outro, a rede tem de efetuar uma "transferência" - se você se perguntou porque sua conexão cai em determinados lugares, agora já sabe a resposta.
Trajetória inferida
O fato é que as transferências nem sempre são feitas da forma mais eficiente.
"O que acontece hoje é que seu telefone imediatamente se conecta ao ponto de acesso Wi-Fi com sinal mais forte. Mas, no momento em que ele terminou de fazer isso, você já terá andado e, portanto, o melhor ponto de acesso já foi alterado. E isso continua acontecendo continuamente," explica Lenin Ravindranath, um dos autores da nova técnica.
A saída é usar a informação da rede de posicionamento global, já presente em virtualmente todos os smartphones.
Em vez de verificar o sinal mais forte, o novo protocolo seleciona um ponto de acesso com base na trajetória inferida do usuário.
"Nós passamos o bastão para o ponto de acesso que apresente um equilíbrio entre o tempo que você provavelmente ficará ligado a ele e a taxa de transferência que você vai obter," diz o pesquisador.
Em seus experimentos, os pesquisadores do MIT verificaram que seu novo protocolo troca de transmissor 40% menos do que acontece hoje.
Taxa de bits
Outro problema abordado pelo novo protocolo é a taxa de transferência - a velocidade na qual o aparelho envia e recebe informações.
As taxas de bits têm de ser adaptadas para a largura de banda disponível: tente enviar dados demais através de uma conexão fraca e a maior parte dos dados será perdida; baixe demais a taxa de bits e haverá um grande desperdício de largura de banda.
Quando um dispositivo está em movimento, a largura de banda disponível está em constante flutuação, dificultando a seleção de uma taxa de bits adequada.
Como o equipamento sabe quando está em movimento - basta usar seu GPS - ao usar o novo protocolo ele também pode ser mais cuidadoso na escolha da taxa de bits.
Nas experiências dos pesquisadores, os ganhos no rendimento da seleção taxa de bits variaram entre 20 por cento e 70 por cento, mas giraram consistentemente em torno de 50 por cento.
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