Mas, pela primeira vez, cientistas usaram os chamados implantes neurais para que pacientes pudessem "falar" diretamente com o computador.
As interfaces cérebro-computador normalmente usam implantes colocados no córtex motor - os pacientes movem o cursor pensando em mover um braço ou uma perna, por exemplo.
Agora, os pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, mostraram que é possível controlar o computador quando a pessoa fala ou apenas pensa em um som específico.
Fala cerebral
Os pacientes podem aprender a mover o braço de determinada forma que o computador entenda como significando "Olá", por exemplo.
Mas tudo se torna muito mais fácil se a pessoa simplesmente disser "Olá" usando o mesmo circuito neural que ela usava para falar e o computador entender isso como um "Olá".
Segundo os cientistas, usar o córtex motor faz sentido quando se está pensando em pacientes que perderam a mobilidade, mas é pouco eficiente no caso de pacientes que perderam a capacidade de se comunicar.
"Há muitos usos para esta tecnologia, incluindo o desenvolvimento de técnicas para restaurar a comunicação de pacientes que perderam a fala devido a danos cerebrais ou danos às suas cordas vocais," diz Eric C. Leuthardt, um dos autores da pesquisa.
Rádio da fala
Os chips neurais foram implantados na superfície do cérebro de pessoas com epilepsia para rastrear a fonte dos disparos neuronais que causam as crises.
Mas Leuthardt e seus colegas recentemente descobriram que esses implantes podem ser usados para sintonizar as diferentes frequências que o cérebro emite.
* Cérebro possui "estações de rádio" transmitindo em várias frequências
Agora eles ampliaram o alcance da técnica, usando o implante neural para "sintonizar" o cérebro e identificar as frequências que ele emite quando a pessoa está falando ou pensando em fonemas e palavras.
Depois de identificados os padrões de ondas cerebrais que representam diversos sons, os cientistas programaram a interface para reconhecê-los.
Falando com o computador
Os pacientes aprenderam rapidamente a controlar o cursor na tela do computador pensando ou falando o som apropriado.
No futuro, as interfaces poderão ser ajustadas para ouvir apenas a rede neural da fala ou simultaneamente as redes motora e da fala, afirma Leuthardt.
Por exemplo, um paciente com deficiência poderá usar sua região motora para controlar o movimento do cursor no computador e imaginar o som "click" quando desejar selecionar um determinado item na tela.
Fonte: Redação do Diário da Saúde
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