Cientistas conseguiram pela primeira vez na história sintetizar uma nova liga metálica que é similar ao metal raro paládio.
O resultado é similar em importância à realização de um verdadeiro feito de alquimia, realizado em 2007, quando pesquisadores conseguiram manipular o zinco para que ele assumisse propriedades de outros materiais.
Paládio
O paládio é raro e caro, mas essencial em catalisadores usados para a "limpeza" de gases despejados na atmosfera, na captura de hidrogênio e em diversas aplicações de alta tecnologia, como em um vidro inquebrável.
A liga, que foi produzida com a manipulação dos metais originais em escala nanoscópica, tem propriedades praticamente iguais às do paládio, um metal localizado entre o ródio e a prata na Tabela Periódica dos elementos.
A técnica desenvolvida pelo professor Hiroshi Kitagawa, da Universidade de Quioto, também é versátil, e poderá eventualmente ser utilizada para produzir alternativas para outros tipos de metais raros.
Solução sólida
Moléculas de ródio e de prata, os dois vizinhos do paládio, normalmente não se misturam, e permanecem separadas como óleo e água, mesmo após a fusão de ambos em altas temperaturas.
Para misturar os elementos, a equipe do professor Kitagawa usou uma técnica para produzir nanopartículas muito finas dos dois metais.
Sua equipe criou uma "solução" contendo quantidades iguais de ródio e prata que é tão fina que sua dispersão gera uma espécie de neblina.
As partículas da nova liga foram criadas acrescentando álcool aquecido à neblina, em quantidades mínimas de cada vez, o que fez com que os dois metais se aglomerassem, formando uma mistura mais homogênea do que a que é obtida pela fusão entre materiais que se misturam.
Átomos atrapalhados
Cada partícula da nova liga tem 10 nanômetros de diâmetro e contém a mesma quantidade de átomos dos dois metais.
Esta nova liga tem funcionalmente as mesmas propriedades que o paládio puro.
O ródio, o paládio e a prata têm 45, 46 e 47 elétrons, respectivamente, números que determinam a sua caracterização química.
"As órbitas dos elétrons dos átomos de ródio e prata provavelmente se 'atrapalharam' e formaram as mesmas órbitas que as do paládio," disse o Dr. Kitagawa.
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