Crescimento inteligente
Para definir crescimento inteligente, os autores apontam cenários em que, por exemplo, os habitantes de uma cidade não precisem gastar tanto tempo - e combustível - no trânsito para se deslocar de casa para o trabalho. E que possam ir de metrô, de bicicleta ou mesmo a pé para o escritório.
A pesquisa, publicada na revista Environmental Science and Technology, aponta que as emissões de automóveis e de caminhões em 2050 poderiam ser reduzidas aos níveis de 2000, mesmo com o aumento da frota, se todos os veículos fossem trocados por modelos híbridos, que funcionam com gasolina e eletricidade.
Automóveis híbridos e elétricos
Automóveis como Toyota Prius, Honda Insight ou Chevy Volt gastam muito menos combustível - portanto emitem menos CO2 - por contar com tecnologia que permite o uso de motor elétrico em baixas velocidades, que é justamente a situação mais comum em cidades com trânsito mais pesado. Quando precisam - e podem - acelerar mais, o tradicional motor de combustão interna entra em cena.
O estudo também destaca que uma densidade populacional duas vezes maior nas principais cidades norte-americanas, em 2050, teria um impacto ainda mais importante nas reduções de CO2 do que a hibridização da frota automotiva.
A pesquisa, coordenada por Brian Stone, professor de planejamento urbano e regional, analisou dados de 11 regiões metropolitanas nos Estados Unidos e realizou simulações para um período de 50 anos, levando em conta o uso de veículos híbridos e diferentes cenários de crescimento urbano.
Melhoria da tecnologia automotiva
"Procuramos avaliar duas abordagens para lidar com o desafio imposto pelas mudanças climáticas. O primeiro é melhorar a tecnologia automotiva de modo a torná-la mais eficiente. A questão é que podemos usar menos gasolina e reduzir a emissão de CO2. A segunda abordagem é mudar a maneira como projetamos as cidades, de modo que possamos nos deslocar menos de carro e andar mais", disse Stone.
O pesquisador estima ser possível a substituição de toda a frota atual por veículos híbridos até 2050, levando em conta a queda no custo dessa tecnologia. Os novos modelos de automóveis híbridos fazem mais de 20 quilômetros por litro de gasolina em uso urbano, em média o dobro dos veículos comuns.
Crescimento urbano planejado
Mas o estudo aponta para a gravidade do cenário atual de emissões de dióxido de carbono. Mesmo com a hibridização total da frota, o resultado não seria suficiente para atingir as metas definidas pelo Protocolo de Kyoto. Segundo o acordo, o objetivo é reduzir em 2050 as emissões para os níveis de 1990, e não os mais elevados de dez anos depois.
Para isso, seria preciso combinar a troca dos veículos com o crescimento urbano planejado. "Se pudermos fazer com que as cidades cresçam de modo mais compacto, o que chamamos de crescimento inteligente, isso ajudaria a reduzir as emissões ainda mais, ao permitir que as pessoas dirijam com menos frequência e por distâncias menores e usem mais o transporte público", disse Stone.
Fonte: Agência Fapesp
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