Materiais de classe aeroespacial, usados na fabricação de aviões, sondas espaciais e outros equipamentos de ponta, estão sempre associados com desempenho excepcional - mas também com um custo elevadíssimo.
Isso agora poderá começar a mudar, graças ao trabalho da equipe do professor Seamus Curran, da Universidade de Houston, nos Estados Unidos.
Ele descobriu como transformar o baratíssimo polímero utilizado na fabricação de CDs e DVDs em um plástico de alta condutividade elétrica que poderá beneficiar os equipamentos eletrônicos de naves espaciais, satélites e aviões, assim como de notebooks, iPods e outros aparelhos de uso diário.
Policarbonato condutor
O policarbonato - o material utilizado na fabricação de CDs e DVDs - tem excelentes propriedades físicas e mecânicas, mas não conduz eletricidade. Não conduzia - o Dr. Curran descobriu uma forma de torná-lo condutor adicionando nanotubos de carbono em sua composição.
Falhas em equipamentos eletrônicos geralmente acontecem pelo acúmulo de cargas elétricas ou pela elevação da temperatura. A dissipação das cargas elétricas, por exemplo, hoje é feita pela incorporação de placas metálicas nos aparelhos, o que aumenta o seu peso e o seu custo.
Uma solução muito mais eficiente seria a aplicação de um revestimento condutor da mesma natureza que o material usado no gabinete dos aparelhos. É aí que entram os plásticos condutores e é aí também que entra o trabalho do Dr. Curran.
Revestimento antiestático
O policarbonato com nanotubos de carbono pode ser aplicado sobre outros materiais formando um revestimento antiestático ou para funcionar como um escudo protetor contra a interferência eletromagnética, aumentando a vida útil de equipamentos eletrônicos comuns e protegendo equipamentos críticos, como a eletrônica embarcada dos aviões, satélites e sondas espaciais.
O próximo passo da pesquisa será misturar o policarbonato condutor com outros materiais para que ele possa ser aplicado como se fosse uma tinta.
Plástico semicondutor
Outro achado importante da pesquisa foi que o controle preciso da quantidade de nanotubos de carbono ao plástico pode torná-lo semicondutor, parecido com o silício utilizado para a fabricação de chips. Embora não tenham feito experimentos para exploração esse aspecto do novo material, os cientistas acreditam haver muitas possibilidades para novas pesquisas.
"Já alcançamos resultados fenomenais mas, ao descobrir essas propriedades de alta condutividade totalmente incomuns, nós ainda nem arranhamos a superfície. Há ciência pesada por trás disso," afirma o pesquisador.
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