Pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, desenvolveram um biochip sensível o bastante para determinar o tipo e a gravidade do câncer de um paciente, permitindo que a doença seja detectada mais cedo.
Biomarcadores do câncer
O dispositivo, construído com nanomateriais, detecta biomarcadores que indicam a presença do câncer em nível celular, ainda que essas biomoléculas estejam geralmente presentes em número muito pequeno nas amostras.
As biomoléculas são genes que indicam formas agressivas ou benignas de câncer, sendo diferentes de um tipo de câncer para outro.
"Hoje é necessário uma sala cheia de equipamentos e computadores para avaliar uma amostra clinicamente relevante de marcadores de câncer. E os resultados não ficam disponíveis na hora," conta a pesquisador Shana Kelley, coautora da pesquisa.
"Nossa equipe conseguiu medir biomoléculas usando um chip eletrônico do tamanho de um polegar e fazer a análise em meia hora. Todo o instrumental necessário para esta análise não é maior do que um telefone celular," diz ela.
Cânceres e doenças virais
Kelley e seus colegas descobriram que os sensores metálicos tradicionais não são adequados para identificar os marcadores de cada subtipo de câncer. Para substitui-los os pesquisadores criaram detectores usando nanofios e os inseriram no interior de um biochip.
O protótipo do biochip está sendo testado em diagnósticos de câncer de próstata, cabeça e pescoço. Contudo, ele pode potencialmente ser utilizado não apenas para diagnosticar e avaliar outros tipos de câncer, como também doenças infecciosas, como a AIDS ou a gripe A.
Análise de biópsias
O biochip mostrou-se eficiente para a análise de amostras de apenas 10 nanogramas de mRNA coletados por biópsia. O resultado, disponível em menos de 1 hora, identificou corretamente as fusões genéticas correlacionados com o câncer agressivo de próstata, diferenciando-as dos genes ligados ao câncer de baixa progressão, menos agressivo.
Os diversos nanoeletrodos dispostos no interior do biochip permitem a leitura imediata dos resultados na forma de uma tensão elétrica. Tanto extratos celulares quanto amostras de tecido retirados por biópsia podem ser analisados.
Os testes deverão continuar, aferindo-se os resultados do biochip com os resultados dos exames tradicionais. Ainda não há previsão para que o novo dispositivo esteja disponível para exames em larga escala.
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