quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Robôs domésticos põem em risco segurança e privacidade dos donos

Se ainda não são muito comuns no Brasil, os robôs já representam um dos gadgets preferidos dos aficionados por tecnologia no Japão e nos Estados Unidos.

Os robôs de maior sucesso no mercado são utilizados para limpeza e para entretenimento, mas também já estão disponíveis robôs de companhia, auxiliares de comunicação e robôs de vigilância e segurança.

E alguns deles, embora catalogados como brinquedos, têm capacidades de comunicação semelhantes a qualquer computador conectado à Internet, inclusive com captura de áudio e vídeo em tempo real.

Segurança e privacidade

Mas a segurança não parece ser o ponto forte desses robôs, nem mesmo daqueles projetados para vigiar as residências. Segundo pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, as questões de privacidade e segurança dos usuários ainda não receberam a atenção que merecem dos fabricantes desses robôs.

E não se trata de robôs que possam se virar contra seus donos e fazer-lhes mal por si mesmos, mas de robôs que podem ser controlados por pessoas mal-intencionadas para fazer males, inclusive físicos.

"Tem sido dada muita atenção às questões de tornar os robôs mais inteligentes e ao risco de que eles venham a se tornar perigosos. Mas há um risco muito maior e de curto prazo - o de que os robôs sejam utilizados por pessoas mal-intencionadas para fazerem coisas ruins," explica o pesquisador Tadayoshi Kohno.

Problemas de segurança nos robôs domésticos

Os riscos associados aos robôs atualmente no mercado, segundo Kohno e seus colegas, envolvem principalmente seu funcionamento como uma estação coletora de dados, que podem ser interceptados sem muita dificuldade.

Segundo eles:

* A presença do robô é facilmente detectada por mensagens específicas enviadas através da rede sem fios da residência;
* os streams de áudio e vídeo gerados pelo robô podem ser interceptados na rede sem fios e, algumas vezes, pela Internet;
* somente alguns dos robôs analisados emitem um alerta sonoro quando alguém os acessa, informando aos moradores que alguém está acessando seus dados;
* somente alguns dos robôs emitem alertas periódicos quando estão coletando dados.

Os pesquisadores também identificaram cenários nos quais o robô pode ser utilizado para ferir fisicamente seus donos ou estragar coisas no ambiente.

Embora os riscos sejam pequenos, os pesquisadores afirmam que eles poderão se tornar mais sérios conforme os robôs adquiram mais capacidades e se disseminem pela maioria das residências.

Como se defender dos robôs inseguros

Os proprietários dos robôs podem tomar algumas medidas simples para diminuir os riscos que correm. Essas medidas incluem ativar a criptografia da rede sem fios doméstica e desabilitar o acesso ao controle do robô pela Internet.

Durante a pesquisa, foram avaliados robôs de duas empresas. Todos foram adquiridos no comércio no final de 2008.

Segundo os pesquisadores, vários lançamentos foram feitos desde então e é possível que a maioria tenha os mesmos problemas de segurança.

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