Apesar dos números alarmantes de mortes em acidentes de trânsito, esses dados não incluem os bebês não-nascidos que morrem quando suas mães se envolvem nos acidentes de carro.
Estudos feitos nos Estados Unidos estimam que ocorram entre 300 e 1.000 mortes de fetos em acidentes de carros todos os anos. Isto é quatro vezes mais do que todas as mortes de crianças entre 0 e 4 anos nas mesmas condições.
Talvez tão preocupante quanto esses dados é a constatação de que o aumento na segurança verificado nos veículos ao longo das últimas décadas não leva em conta as necessidades especiais das mulheres grávidas.
Carros seguros para mulheres grávidas
Agora, pela primeira, pesquisadores da Universidade Virginia Tech, em colaboração com a Ford, estão conduzindo testes para avaliar como produzir carros que ofereçam condições de segurança para as mulheres grávidas.
O trabalho começou com o desenvolvimento de um modelo computadorizado de uma mulher grávida que possa ser inserido nas simulações de acidentes feitas durante o desenvolvimento de novos modelos de carro - os chamados crash tests virtuais.
Para desenvolver o modelo da mulher grávida, os cientistas usaram exames de ressonância magnética e tomografia computadorizada, que incluem dados precisos sobre dimensões e localização do útero, da placenta e do feto.
Os modelos computadorizados dos bonecos de testes, chamados dummies, mostram como as forças geradas durante um impacto afetam as estruturas do esqueleto, os órgãos internos e o cérebro.
O modelo de mulher grávida combina cálculos avançados da cinética do corpo humano com dados médicos e fisiológicos, criando uma simulação capaz de levar em conta como cada detalhe do corpo da mulher será afetado no caso de um acidente.
Aprimoramento dos modelos e da segurança
Os resultados sobre a segurança ainda são primários, mas as providências começam imediatamente. A partir de 2010, os modelos Ford, Lincoln e Mercury já trarão em seus manuais do proprietário informações e instruções específicas para orientar as mulheres grávidas a usar o veículo da forma mais segura para si mesmas e para seus bebês.
Stefan Duma, coordenador da pesquisa, acredita no entanto que ainda estamos a 10 ou 15 anos de automóveis que ofereçam de fato segurança para os bebês na barriga das mães-motoristas.
Isto somente será conseguido com o aprimoramento dos modelos simulados, que possam conter dados que correspondam aos dados típicos reais de acidentes. Hoje, os modelos computadorizados conseguem simular regiões do corpo como cabeça, pescoço, coluna vertebral, abdômen e pélvis, além de braços e pernas.
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