quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Remédio para diabetes eleva risco de falha do coração e morte

O sulfonilureas, um tipo de medicamento largamente utilizado para tratar o diabetes tipo 2, eleva significativamente o risco de problemas cardíacos e morte quando comparado com o metformina, outra droga antidiabetes muito popular.

A descoberta, publicada no British Medical Journal, sugere diferenças clinicamente relevantes nos perfis de segurança cardiovascular dos dois medicamentos, e recomenda que o metformina deve ser preferido como tratamento de primeira linha para o diabetes tipo 2.

Diabetes e problemas cardiovasculares

O diabetes tipo 2 afeta mais de 180 milhões de pessoas no mundo todo e está associado com um risco de morte duas vezes mais elevado entre os seus portadores, sobretudo de doenças cardiovasculares.

Os medicamentos orais antidiabetes são largamente utilizados para ajudar a controlar os níveis de açúcar no sangue, mas havia suspeitas de que eles elevassem os riscos de problemas cardiovasculares.

Por isto, a equipe do professor Paul Elliott, do Imperial College London, decidiu investigar o risco de ataque cardíaco (infarto do miocárdio), falha do coração e morte por qualquer causa, associados com a ingestão dos diferentes tipos de remédios para controle do diabetes.

Os pesquisadores usaram dados de 91.521 pacientes, homens e mulheres com idade média de 65 anos, portadores de diabetes, entre os anos de 1990 e 2005. Foram levados em conta fatores que poderiam afetar os resultados.

Comparação dos remédios para diabetes

O metformina era o remédio mais usado pelos participantes da pesquisa, sendo tomado por 74,5% deles, seguido pelo sulfonilureas de segunda geração (63,5%).

Em comparação com o metformina, tanto a primeira quanto a segunda geração do sulfonilureas mostraram-se associadas com um significativo aumento no risco de mortalidade por todas as causas - até 61% a mais. A segunda geração do sulfonilureas apresentou 30% a mais de risco de falha do coração.

Outra classe de medicamentos antidiabetes, chamada tiazolidinedionas, não mostrou nenhuma associação com o risco de ataques cardíacos, mas apresentou um risco 39% menor de mortalidades por todas as causas associadas com o uso de pioglitazona, em comparação com o metformina.

"O sulfonilureas, junto com o metformina, há muito tempo são considerados os principais medicamentos para o tratamento do diabetes tipo 2. Nossas descobertas sugerem um perfil de risco relativamente desfavorável do sulfonilureas em comparação com o metformina," dizerem os autores do estudo.

Desta forma, eles endossam as recomendações da Associação Norte-Americana de Diabetes e da Federação Internacional de Diabetes, que recomendam o metformina como o tratamento inicial para o diabetes tipo 2.

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