O projeto Geysers era o primeiro teste importante do governo Obama de aproveitamento de energia geotérmica como alternativa viável aos combustíveis fósseis e havia recebido uma verba de US$ 6 milhões (aproximadamente R$ 10,2 milhões) do Departamento de Energia daquele país.
A AltaRock é uma empresa emergente com sede em Seattle; além da verba federal que recebeu, levantou para o projeto outros US$ 30 milhões (cerca de R$ 51 milhões) em capital de risco.
Terremotos artificiais
O anúncio se seguiu ao fechamento, pelo governo da Suíça, de um projeto similar em Basileia, por ter provocado dois terremotos, um em 2006 e outro em 2007. A técnica reconhecidamente produz tremores de terra, quase sempre pequenos.
O tipo de tecnologia utilizada em ambos os projetos requer a quebra da rocha, muito quente em virtude da profundidade em que se encontra, para que se introduza água nas fraturas; a água circula em meio às rochas e se transforma em vapor, que é então utilizado para gerar energia.
Expectativas frustradas
Segundo o jornal New York Times, o revés pode mudar a direção do programa geotérmico do governo Obama, que criou expectativas de que o fundo rochoso da Terra pudesse ser aproveitado logo como fonte limpa e praticamente infinita de energia.
Segundo o jornal, os entusiastas da energia geotérmica garantiam que em pouco tempo seria possível perfurar quilômetros de rocha dura rapidamente e de modo economicamente viável, bastando para isso fazer pequenos aperfeiçoamentos nos métodos de perfuração usados hoje em dia.
O Departamento de Energia, que investiu este ano US$ 440 milhões (aproximadamente R$ 750 milhões) em energia geotérmica, informou que ainda confia nas perspectivas de longo prazo da tecnologia do projeto Geysers.
Energia geotérmica no mundo
Segundo o Relatório do Estado Global das Energias Renováveis de 2009 a capacidade instalada de geração de energia termal atingiu 10 GW em 2008.
O relatório é produzido pela Rede de Políticas de Energia Renovável para o Século 21 (Renewable Energy Policy Network for the 21st Century), a REN21, uma rede mundial, com sede na França.
Os Estados Unidos ocupam a liderança na área da energia geotermal, com 120 projetos em andamento no início de 2009, para gerar no mínimo 5 GW.
O documento destaca também Austrália, El Salvador, Guatemala, Indonésia Islândia, México, Nicarágua, Papua Nova Guiné, Quênia e Turquia como países em que o uso desse tipo de energia está em expansão.
Por outro lado, o aproveitamento da energia geotermal bombeada do subsolo atingiu 30 GWte, estima a REN21. Ainda segundo estimativa da organização, outros usos diretos de calor geotérmico, como o aquecimento de ambientes e estufas e utilizações na agricultura e na indústria, chegaram a 15 GWte. Pelo menos 76 países fazem algum tipo de uso de energia geotermal, diz o relatório.
Como se aproveita a energia geotermal
Para geração de energia geotermal, perfura-se o solo em busca de áreas quentes do subsolo. É esse calor que é aproveitado na geração de energia.
Sua viabilidade, no entanto, enfrenta agora as preocupações com a segurança nos Estados Unidos. Uma planta geotermal na Alemanha teria, segundo cientistas, gerado um terremoto na cidade de Landau in del Pfalz, próxima à fronteira com França e Luxemburgo.
A planta continua em operação enquanto uma comissão analisa sua segurança. De acordo com o New York Times, outros dois projetos similares trouxeram preocupações também similares: um na Califórnia, que está em exame pelo Ministério da Energia dos EUA; outro, na Suíça, fechado por ter causado terremotos em 2006 e 2007, que aguarda a decisão de um grupo de cientistas para ser ou não reaberto.
Fonte: Boletim Inovação Unicamp
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