Até o fim de 2010, o mais moderno centro de pesquisas em bionanotecnologia do Brasil será inaugurado em São Paulo, ligado ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
Com investimento de R$ 46 milhões, o centro contará com um prédio de oito mil metros quadrados para estudo de biotecnologia (desenvolvimento com organismos vivos), tecnologia de partículas (microencapsulação de componentes químicos e terapia medicinal, como em cosméticos), micromanufatura de equipamentos e metrologia.
Bionanotecnologia
A bionanotecnologia é a área de pesquisa para descoberta e produção de materiais submicroscópicos, medidos na escala dos nanômetros - bilionésimos de metro.
Tradicionalmente, uma partícula recebe o prefixo "nano" caso tenha diâmetro entre 1 e 100 nanômetros, ou cerca de 0,01% do diâmetro de um fio de cabelo humano. Atualmente, estima-se em mais de 1.000 os produtos que contêm nanomateriais que já estão no mercado em todo o mundo.
A nova edificação, que faz parte do projeto de modernização do IPT, terá custo de R$ 21 milhões. Outros R$ 25 milhões estão previstos para o projeto Moderniza no próximo ano. Esses recursos são oriundos do governo do Estado de São Paulo - o IPT é ligado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento de São Paulo. Estão previstos 12 meses para a construção. A estrutura da cobertura deve ser montada até abril do próximo ano.
Micromanufatura e sala limpa
O prédio vai abrigar no pavimento térreo o setor de micromanufatura porque os equipamentos não podem receber vibrações. O térreo ainda terá uma sala limpa com nível 100, uma das categorias mais elevadas em termos de limpeza.
Essa sala terá filtros especiais para evitar a entrada de partículas e vai trabalhar com pressão positiva - a pressão dentro da sala é maior do que a de fora.
Biotecnologia e nanopartículas
No primeiro andar ficará o laboratório de biotecnologia, com dois mil metros quadrados. No segundo andar será instalado o laboratório de tecnologia de partículas.
Projeto arquitetônico
O projeto arquitetônico da nova unidade foi criado a partir de duas premissas: que a obra fosse a mais racional possível e que levasse em consideração a sensibilidade dos laboratórios a serem instalados no edifício - em relação ao conforto térmico, vibrações e instalações especiais.
Os arquitetos projetaram, por exemplo, a fachada envidraçada voltada para o sul para que a alta incidência de energia solar não atrapalhe o conforto térmico dos laboratórios.
Lateralmente, o prédio vai ter uma área de infraestrutura técnica para abrigar caldeira, central de refrigeração, entre outros equipamentos, servindo água, gás, energia e internet. Os equipamentos que alimentam os laboratórios também estarão nessa área.
As tubulações serão distribuídas por meio de forro técnico e vão descer por colunas envelopadas. O prédio terá também uma área de administração, com sala de gerenciamento e uma central de estações de trabalho para maior integração dos pesquisadores de diferentes áreas. Terá ainda um anfiteatro para 200 pessoas, uma área destinada aos encontros de pesquisadores para discutir projetos convergentes em nanotecnologia.
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