Além de melhores tratamentos e cuidados para os astronautas, a pesquisa promete criar novos tratamentos para as pessoas aqui embaixo também.
A pesquisa utilizou um patógeno oportunista, chamado Pseudomonas aeruginosa, a mesma bactéria que fez o astronauta Fred Haise ficar doente durante a missão Apollo 13 à Lua, em 1970.
Os cientistas acreditam que a pesquisa pode levar a vacinas e terapias avançadas para melhor combater as infecções.
Controle mestre
"Pela primeira vez pudemos ver que duas espécies diferentes de bactérias - Salmonella e Pseudomonas - compartilham o mesmo mecanismo básico de regulação, ou controle mestre, que controla várias das respostas dos micróbios ao ambiente espacial," disse Cheryl Nickerson, professora do Centro de Doenças Infecciosas e Vacinologia, da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos.
A pesquisa mostrou que o ambiente de microgravidade do espaço altera os reguladores das bactérias de forma semelhante ao que ocorre no processo de desenvolvimento da infecção no corpo humano.
Os resultados, baseados em experiências com os patógenos microbianos em missões dos ônibus espaciais da NASA até a Estação Espacial Internacional, foram publicados na revista Applied and Environmental Microbiology.
Terapêuticas espaciais e terrestres
A Pseudomonas aeruginosa pode coexistir de forma benigna em indivíduos saudáveis, mas constitui uma séria ameaça para as pessoas com sistemas imunológicos comprometidos.
A bactéria é a principal causa de morte entre pacientes de fibrose cística e é um sério risco para as vítimas de queimaduras.
Já uma concentração suficientemente alta de Salmonella typhimurium sempre irá causar doença, mesmo em indivíduos saudáveis.
"Nós descobrimos que os aspectos do ambiente que os micróbios encontraram durante o voo espacial imita as condições essenciais que os patógenos normalmente encontram em nossos corpos durante o curso natural da infecção, especialmente no sistema respiratório, sistema gastrointestinal e urogenital," disse Nickerson.
"Isto significa que, além de proteger os futuros viajantes espaciais, a pesquisa pode ajudar também na busca de melhores terapêuticas contra esses patógenos aqui na Terra," concluiu.
Fonte: Redação do Diário da Saúde
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