Basta dividir o motor em dois.
Esta é a proposta de Oded Tour, que está desenvolvendo o já devidamente batizado Tour Engine (motor de Tour), na Califórnia, Estados Unidos.
Fases conflitantes
Um motor de combustão interna convencional, como o que equipa carros e motos, converte no máximo 30 por cento da energia disponível no combustível em movimento.
Isso porque seu projeto inclui uma eterna luta entre duas fases do seu ciclo: a compressão e a combustão.
Quando o ar e o combustível entram no motor, eles são comprimidos. Para que isso funcione bem, a câmara de combustão precisa estar fria.
Em um motor convencional, isto significa que o radiador constantemente extrai energia para resfriar o cilindro, reduzindo a quantidade de energia disponível para empurrar o cilindro e mover o carro.
"Estamos pedindo aos motores convencionais para executarem uma tarefa impossível," explica Tour. "Nós queremos que eles sejam máquinas eficientes, mas lhes pedimos para fazer duas coisas contraditórias."
Motor siamês
O projeto do motor de Tour divide o motor em duas metades conectadas por uma válvula - uma metade trabalha fria e a outra quente.
A metade fria do motor tem um cilindro que abriga as fases de admissão e compressão do ciclo, enquanto a metade quente realiza as fases de combustão e escape - completando os chamados quatro tempos do motor.
Segundo Tour, essa separação permite que os cilindros tenham dimensões mais adequadas às suas tarefas muito diferentes.
Para garantir que o ar seja comprimido de forma eficiente, o cilindro em um motor convencional é menor do que é desejável para o estágio de combustão.
Isto significa que a mistura ar-combustível que queima não tem espaço suficiente para se expandir totalmente, de forma que uma quantidade substancial de energia é simplesmente perdida na forma de calor através do tubo de escapamento.
"Nos motores convencionais você perde cerca de 40 por cento da energia disponível para o sistema de arrefecimento, e cerca de 30 por cento pelo escapamento," diz Tour.
Carros mais verdes
Já tendo construído um primeiro protótipo para demonstrar a viabilidade mecânica do motor, a empresa emergente está agora construindo um segundo protótipo, no qual a câmara de combustão terá o dobro do tamanho da câmara de compressão.
Isto irá aumentar a eficiência do motor em 20 por cento, em comparação com modelos convencionais, garante Tour.
Em última análise, porém, a tecnologia pode aumentar a eficiência dos motores em 50 por cento e reduzir as emissões de dióxido de carbono em um terço, diz ele.
Fonte: New Scientist
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