quinta-feira, 10 de março de 2011

Tecnologia de luz da NASA reduz dor de pacientes com câncer

Uma tecnologia da NASA, desenvolvida originalmente para experimentos de crescimento de plantas em missões dos ônibus espaciais, está se transformando em uma nova esperança para os pacientes com câncer.

A tecnologia à base de luz reduz os efeitos colaterais dolorosos decorrentes da quimioterapia e da radioterapia em pacientes que passam por transplantes de medula óssea e células-tronco.

A tecnologia foi batizada de HEALS, que em inglês significa "cura", mas também é uma sigla para High Emissivity Aluminiferous Luminescent Substrate, substrato luminescente aluminífero de alta emissividade.

Terapia com luz de LEDs

O tratamento fotônico utiliza LEDs - diodos emissores de luz - semelhantes aos usados em aparelhos eletrônicos, mas capazes de emitir luz em duas frequências, conhecidas como infravermelho próximo e infravermelho distante.

Em um ensaio clínico feito ao longo de dois anos, pacientes com câncer submetidos a transplantes de medula óssea ou de células-tronco receberam as aplicações de luz para o tratamento da mucosite oral - um efeito colateral comum e extremamente doloroso da quimioterapia e da radioterapia.

O estudo concluiu que há 96% de chances de que a melhora da dor verificada no grupo de pacientes de alto risco tenha sido resultado das aplicações de luz.

Benefícios para o paciente

Os tratamentos atuais da mucosite induzem eles próprios a novos efeitos colaterais negativos.

Já o equipamento de luz custa menos do que um único dia de internação do paciente no hospital e pode ser usado de forma proativa, sem esperar pela manifestação das dores.

O equipamento tem várias vantagens para o paciente: uma melhor nutrição, já que comer pode ser difícil com dor na boca e feridas na garganta, menor uso de narcóticos para tratar as dores, e uma elevação do estado de espírito, o que pode contribuir para a redução das internações hospitalares e um menor risco de infecções.

Saúde espacial

Os LEDs são fontes de luz fria, o que permite que funcionem no máximo da sua irradiância sem emitir calor. Os comprimentos de onda liberados pelo equipamento desenvolvido pela NASA estimulam o desenvolvimento das células, auxiliando na cicatrização.

O aparelho é formado por 288 LEDs, cada um do tamanho de um grão de sal.

A NASA está interessada em novos avanços da tecnologia, uma vez que ela poderá ser usada para tratamentos no espaço, sobretudo em viagens espaciais de longa duração - uma viagem a Marte, por exemplo, levaria mais de um ano, incluindo ida, exploração do planeta e retorno.

O equipamento está atualmente sendo submetido para aprovação pela FDA (Food and Drug Administration) para que possa ser comercializado.

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