A descoberta mereceu dois artigos complementares, publicados nesta quinta-feira no site da revista Nature.
De acordo com a publicação científica, as pesquisas destacam o papel de um inusitado canal de íons e poderá ajudar no desenvolvimento de novas classes de anticoncepcionais não hormonais.
Íons e hormônios
Células do cúmulos (que envolvem os óvulos) liberam progesterona, a qual induz o influxo de íons de Ca2+ (cálcio) nos espermatozoides.
A progesterona é um hormônio esteroide, produzido, a partir da puberdade, pelo corpo lúteo (que também libera estrógeno) e pela placenta durante a gravidez.
O influxo de íons de Ca2+ leva a um aumento na atividade dos espermatozoides e estimula o movimento da célula reprodutiva masculina em direção ao óvulo.
Os novos estudos ajudam a esclarecer os mecanismos desse processo.
Canal da fecundação
Os cientistas demonstraram que a progesterona ativa um canal de cálcio sensitivo ao pH chamado CatSper, o que causa um rápido influxo de íons de cálcio nos espermatozoides.
Como outros hormônios esteroides, a progesterona atua normalmente por meio de um receptor intracelular, mas as novas pesquisas destacam que, nos espermatozoides, o hormônio feminino pode sinalizar por meio de um mecanismo não genômico.
Se a ativação do CatSper é o único efeito da progesterona na sinalização de Ca2+ é algo que futuras pesquisas poderão esclarecer.
Os estudos independentes foram conduzidos pelo grupo de Yuriy Kirichok, na Universidade da Califórnia em São Francisco, Estados Unidos, e pela equipe de Benjamin Kaupp, do Centro Europeu de Estudos e Pesquisas Avançadas.
Fonte: Agência Fapesp
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