Bakri e Tominaga, estudantes do 4º ano de Administração da Fundação Getúlio Vargas (FGV), foram baleados quando estavam sentados próximo a uma mesa na calçada de um bar na Consolação. Tucci e o delegado Ricardo Prezia, que atuou na prisão de Valmir, juntamente com policiais do Centro de Operações Policiais Especiais do Paraná (Cope), disseram que, informalmente, o rapaz teria confessado o crime e contado detalhes do caso. Mas, interpelado por jornalistas, Valmir negou. "As imagens não mostram nada, não é eu", afirmou. "Não sei do que vocês estão falando."
Após isso, respondeu apenas de forma monossilábica. À pergunta sobre a razão de estar preso, disse não saber. Foi apenas com um "não" que respondeu ao ser questionado se estava com o irmão naquela noite. "Não tenho mais nada para falar", decretou. O depoimento oficial de Valmir será tomado em São Paulo, para onde o acusado seria levado ainda ontem em voo previsto para sair de Curitiba por volta das 21 horas.
De acordo com Tucci, informalmente ele teria dito que atirou contra os rapazes, pois eles, momentos antes, teriam feito alguns gestos provocadores e o chamado de "otário". Ele teria saído do bar, onde estava com a namorada, e ido em casa buscar a arma. Lá, teria contado para o irmão o que faria e este disse que iria junto. Voltaram em uma motocicleta. "Motivo fútil", completou o delegado Prezia. Segundo ele, o acusado teria dito que estava arrependido.
De acordo com Tucci, no dia 25 de fevereiro a polícia já tinha certeza, a partir de informações e do trabalho de inteligência, de que Valmir teria viajado para Foz do Iguaçu, onde mora o pai de sua namorada, em um ônibus de turismo. No entanto, como já tinham sido veiculadas imagens, ele seguiu a Cascavel, distante cerca de 100 quilômetros, e se refugiou por cerca de cinco dias na casa de Ederson Pereira Gollmann, no Bairro Maria Luíza, com quem fazia transações de mercadorias que eram vendidas na Rua 25 de Março, em São Paulo. Gollmann foi autuado por favorecimento pessoal (artigo 348 do Código Penal) e responderá no Juizado Especial Criminal em Cascavel.
Segundo o delegado Renato Coelho de Jesus, da Subdivisão de Operações do Cope, a polícia precisou estudar a localização da casa onde Valmir estava e preparar uma abordagem de surpresa. "É uma pessoa perigosa e não pensa antes de disparar arma de fogo", salientou. Pego de surpresa, o acusado não teve nenhuma reação. Não foi encontrada nenhuma arma com ele.
De acordo com Tucci, o não encontro das armas não representa empecilho para as investigações, pois haveria provas suficientes, além de testemunhos e da confissão já formalizada de Francisco Santos. Segundo a polícia, eles estavam com dois revólveres, calibres 45 e 38. Valmir já tem duas passagens pela polícia, por roubo de carga e furto. Ele teria saído da prisão há cerca de oito meses. Seu irmão não tem nenhuma passagem policial. A polícia acredita que Francisco foi atingido acidentalmente com um tiro na perna pelo próprio irmão. O inquérito deve ser entregue à Justiça nos próximos dias, tão logo fiquem prontos os laudos do Instituto de Criminalística sobre as imagens e a pólvora.
Fonte: ESTADÃO
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