Uma equipe de várias instituições acaba de descobrir um anticorpo que, em testes com animais, conseguiu prevenir ou curar infecções induzidas por uma ampla variedade de vírus da gripe, incluindo cepas sazonais e cepas potencialmente pandêmicas.
Os subtipos neutralizados do vírus da gripe incluem o H3N2, uma cepa que matou um número estimado de um milhão de pessoas na Ásia, no final dos anos 1960.
"Juntos, este anticorpo e outro que descobrimos em 2009, têm o potencial para proteger as pessoas contra a maioria dos vírus da gripe," disse Ian Wilson, do instituto de pesquisas Scripps.
Partes duradouras do vírus
A equipe está trabalhando desde 2008 para ajudar a superar a principal desvantagem das vacinas atuais contra a gripe: elas funcionam apenas contra o conjunto restrito de cepas da gripe que os fabricantes de vacinas preveem que vai prevalecer em um determinado ano - por isso sua eficácia é temporária.
Além disso, as vacinas atuais contra a gripe oferecem pouca ou nenhuma proteção contra cepas não previstas.
Os pesquisadores se concentraram então em partes menos variáveis dos vírus da gripe, que têm menor chance de terem "evoluído" de uma estação para outra.
Tipos de vírus da gripe
Pesquisando o sangue de pessoas que tinham sido imunizados com vacinas contra a gripe, a equipe descobriu o anticorpo CR6261 - portanto, um anticorpo natural do organismo humano.
Em experimentos em ratos, uma injeção do anticorpo CR6261 preveniu ou curou uma infecção letal de cerca de metade dos vírus da gripe, incluindo os vírus H1, como o H1N1, que causou uma pandemia global em 1918 e assustou novamente o mundo em 2009, quando causou a chamada "gripe suína".
Como algumas cepas continuavam a afetar os animais, os cientistas prosseguiram as buscas até encontrar o também natural anticorpo CR8020, que se mostrou capaz de neutralizar os vírus H3 e H7, dois tipos preocupantes, que também já causaram uma pandemia (H3) e infecções sazonais (H7).
Testes em humanos
Os testes em humanos com o anticorpo CR6261 já estão agendados, e está sendo solicitada autorização para início dos testes com o CR8020.
Se esses testes foram bem-sucedidos, os dois anticorpos poderão ser combinados em uma vacina, assim como serem usados em uma abordagem de "imunoterapia passiva".
"O objetivo final é [obter] uma vacina ativa que dê uma resposta de anticorpos robusta a longo prazo [...]," dizem os pesquisadores. Mas isso exigirá ainda muitas outras pesquisas de longo prazo.
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Fonte: Redação do Diário da Saúde
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