quinta-feira, 21 de julho de 2011

Fusão entre AEB e INPE vai incrementar programa espacial brasileiro

A possível fusão da Agência Espacial Brasileira (AEB) com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) foi defendida pelo presidente da AEB, Marco Antonio Raupp.

A ideia do governo criar as bases para o novo Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE).

Raupp apresentou as propostas do novo programa na 63ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), no campus da Universidade Federal de Goiás (UFG) em Goiânia.

Para Raupp, o momento atual é de refletir os caminhos do atual Programa Espacial Brasileiro (PEB). "É evidente que o sistema atual está deficitário. Não dá só pra manter o sistema que não é produtivo. Perderemos tempo se marcarmos passo nisso", afirmou.

Ampliação

A proposta que está sendo discutida irá, segundo Raupp, incrementar o corpo técnico da AEB. No entanto, Raupp enfatizou que será ainda será necessária a contratação de pelo menos mil funcionários.

A fusão entre a agência e o instituto, que são vinculados ao Ministério da Ciência e Tecnologia, para a criação de um novo órgão espacial, está sendo discutida com outros ministérios que têm interesse no desenvolvimento de tecnologias.

Segundo Marco Antonio Raupp, os ministros da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, e da Defesa, Nelson Jobim, já concordaram com o novo PNAE.

"Ainda temos que falar com outros ministros para então encaminharmos um projeto de lei ao Congresso Nacional. Mas a decisão final será da presidente Dilma Rousseff", lembrou.

A previsão do presidente da AEB é que a fusão saia ainda neste ano para começar a executar recursos já em 2012.

Satélites latino-americanos

Com a proposta de um orçamento de R$ 1 bilhão por ano até 2020, o novo PNAE engloba nas metas o desenvolvimento de mais satélites que variam de 100kg a mais de duas toneladas.

Sabendo da dificuldade para construir esses equipamentos, a Agência Espacial Brasileira propõe que as pesquisas sejam feitas em parcerias com países vizinhos.

"A nossa ideia é montar uma plataforma latino-americana de integração. Estamos conversando com os países vizinhos para saber se há interesses em desenvolver essas atividades em conjunto", explica Raupp. "Precisamos de equipamentos nossos em órbita a médio prazo. Para ganhar tempo temos que agir em conjunto."

Parceria entre Brasil e Ucrânia

A parceria entre Brasil e Ucrânia para a construção de um veículo lançador de foguetes também foi abordada na conferência do presidente da AEB.

Citada como um exemplo de cooperação internacional, Marco Antonio Raupp garantiu que o voo de teste do foguete Cyclone-4 será em 2013.

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A AEB quer, também, incentivar as universidades a ampliarem a participação no programa espacial.

Raupp lembrou que o setor crescerá e vai precisar de novas tecnologias que podem ser criadas pelas instituições de ensino e pesquisa e que precisará cada vez mais de profissionais qualificados.

Fonte: MCT

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