segunda-feira, 11 de julho de 2011

Mercúrio liberado por lâmpadas fluorescentes compactas pode exceder níveis seguros

As lâmpadas fluorescentes compactas são largamente associadas com um comportamento mais verde e mais ecologicamente correto.

A sua grande vantagem é que elas gastam menos energia.

A sua grande desvantagem dessas lâmpadas - também conhecidas como lâmpadas PL - é que cada uma delas tem mercúrio em seu interior, um metal pesado com pesadíssimos efeitos sobre a saúde humana.

Apesar da quantidade de mercúrio em cada lâmpada individual não ser grande, o risco pode ser maior do que considerado até agora.

Liberação contínua de mercúrio

O problema é que, uma vez quebrada, uma lâmpada fluorescente compacta libera vapor de mercúrio continuamente no ar - durante semanas e até meses.

E o valor total dessa emissão pode exceder os níveis seguros de exposição humana em lugares com pouca ventilação.

A conclusão é de dois pesquisadores da Universidade de Jackson, nos Estados Unidos.

Quando um lâmpada PL se quebra

A quantidade de mercúrio (Hg) que vaza de uma única lâmpada PL quebrada é menor do que o nível permitido pela legislação. Por isso, essas lâmpadas não são consideradas resíduos perigosos quando descartadas.

No entanto, Yadong Li e seu colega Li Jin descobriram que a quantidade total de vapor de mercúrio liberado de uma lâmpada compacta quebrada ao longo do tempo pode ser superior ao valor considerado seguro para a exposição humana.

Como as pessoas podem facilmente inalar o mercúrio em vapor, os autores sugerem a remoção rápida das lâmpadas fluorescentes compactas quebradas e a ventilação adequada do ambiente onde o acidente se deu.

Eles defendem ainda o uso de embalagens adequadas para as lâmpadas queimadas para minimizar o risco de quebra das lâmpadas fluorescentes compactas e para reter vapor de mercúrio se elas se romperem, limitando a exposição humana ao metal pesado.

Quantidade de mercúrio nas lâmpadas PL

Testes com oito diferentes marcas de lâmpadas fluorescentes compactas, de quatro potências diferentes, revelaram que o conteúdo de mercúrio varia significativamente de marca para marca e, dentro de cada marca, com a potência da lâmpada.

"Este trabalho contém uma análise holística impressionante dos riscos potenciais associados com a liberação de mercúrio das lâmpadas fluorescentes compactas quebradas e aponta para potenciais ameaças à saúde humana, que nem sempre têm sido consideradas," afirmou Domenico Grasso, da Universidade de Vermont, que não esteve envolvido com a pesquisa.

"O conteúdo de mercúrio nas lâmpadas fluorescentes compactas varia significativamente entre os fabricantes. Para as lâmpadas fluorescentes espirais mais populares, de 13 W, a quantidade total de mercúrio varia de 0,17 a 3,6 mg por lâmpada," escrevem os cientistas.

Cuidados

Eles argumentam que os testes usados pelas autoridades de saúde não conseguem captar todo o risco potencial das lâmpadas compactas porque elas "liberam vapor de mercúrio continuamente quando se quebram. A emissão pode durar semanas e até meses, e a quantidade total de mercúrio que pode ser liberado em vapor a partir das lâmpadas fluorescentes compactas mais novas muitas vezes pode exceder 1.0 mg," afirmam.

"Como o vapor de mercúrio pode ser facilmente inalado pelas pessoas, a remoção rápida das lâmpadas fluorescentes compactas quebradas e a ventilação suficiente dos locais com ar fresco são fundamentais para proteger as pessoas de danos em potencial," concluem.

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