Dependente de aparelhos antiquados e das avaliações subjetivas do paciente em um determinado momento do dia, em condições que nem de longe reproduzem seu dia-a-dia, os exames quase nunca resultam em óculos que dão a melhor visão possível.
"Nós sabemos há muito tempo que muitas prescrições feitas pelos métodos tradicionais realmente não otimizam a visão do paciente, mas até agora nós não tínhamos uma forma de fazer medições mais precisas ou usar a informações para produzir melhores lentes," resume o Dr. Keith Thompson, do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos Estados Unidos.
Segundo os especialistas, hoje, um em cada sete exames têm que ser refeitos porque o paciente não fica bem com os óculos resultantes.
Foróptero
A própria tecnologia trouxe uma maior exigência para a visão das pessoas: "é necessário uma visão afiada para lidar com as telas dos telefones celulares e gastar horas nos seus computadores," diz o médico.
Por isto, Thompson e seus colegas resolveram usar a tecnologia para criar um aparelho para exames de vista capaz de fazer medições precisas das necessidades de ajustes dos pacientes.
A tecnologia de fabricação de lentes evoluiu muito nos anos recentes, permitindo a fabricação de lentes para óculos e lentes de contato com uma precisão de grau muito grande.
Mas os equipamentos para realizar os exames, e o próprio procedimento do exame, não acompanharam esses avanços. O foróptero, por exemplo, aquele aparelho que é colocado à frente dos olhos do paciente para testar os graus das lentes, mudou muito pouco desde sua introdução, no início do século passado.
Exame de vista com alta tecnologia
O novo equipamento é capaz de fazer medições contínuas ao longo da escala, não se sujeitando aos "degraus" de 0,25 grau dos aparelhos tradicionais.
Ele é baseado no Analisador de Visão Humphrey, um conceito introduzido nos anos 1970.
Usando algoritmos de computador que não estavam disponíveis nos anos 1970, a equipe reprojetou o sistema óptico Humphrey. O sistema original de cabos e polias usado para mover as lentes foi substituído por microcontroladores e atuadores de precisão.
O resultado é um aparelho no qual o paciente senta-se em uma cadeira e olha para imagens mostradas em um espelho de alta qualidade, projetado para equipar telescópios.
Usando um controlador manual, o próprio paciente vai ajustando o sistema para que as imagens no espelho tenham a melhor qualidade possível, tudo de maneira natural, com liberdade de movimento da cabeça, sem ficar preso atrás do foróptero.
O sistema mede continuamente a miopia, hipermetropia e o astigmatismo, detectando aberrações ópticas que o foróptero não consegue detectar.
Quando o paciente fica satisfeito com a visão, o médico aperta um botão e imprime a receita com o grau totalmente otimizado.
Fonte: Redação do Diário da Saúde
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