Há cerca de um ano, a equipe do Dr. Martin McCall, da Universidade College London, criou o conceito de invisibilidade espaço-temporal.
Escondendo tanto o espaço quanto o tempo, os pesquisadores criaram um mecanismo para tornar eventos inteiros invisíveis, que poderiam ocorrer sem serem vistos por qualquer pessoa.
Agora, uma equipe da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, desenvolveu um experimento capaz de criar "buracos no tempo" de forma mais simples e mais eficiente, reforçando a descoberta dos pesquisadores britânicos e aumentando a duração possível dos eventos camuflados.
Invisibilidade temporal
A camuflagem do tempo, ou invisibilidade temporal, abre um hiato em um feixe de laser, de tal forma que qualquer ocorrência naquele hiato não poderá afetar o laser e nem ser detectada.
Imagine que o feixe de laser está iluminando uma cena: qualquer evento que ocorrer durante esse intervalo na iluminação não poderá ser visto por um observador.
Para o observador, o feixe de laser continuará absolutamente intacto, sem nenhuma interrupção.
Para comparação, imagine que alguém passe a mão rapidamente à frente do laser: isso também abrirá um hiato no laser, criando um momento de escuridão, mas que será facilmente perceptível.
Lente temporal
Alexander Gaeta e seus colegas dispensaram os metamateriais e seus truques de óptica transformacional e fizeram o escudo do tempo de forma totalmente óptica.
Eles criaram uma "lente do tempo", um dispositivo capaz de alterar a frequência da luz. A camuflagem do evento é feita elevando-se a frequência da luz e, a seguir, baixando-a novamente.
No momento 1 - imediatamente antes do evento a ser escondido - essa luz com frequência modulada é separada em seus comprimentos de onda, de forma que alguns comprimentos de onda viajem mais rapidamente do que outros.
É essa diferença na velocidade dos feixes que cria o "buraco no tempo" - na verdade, um buraco no feixe de laser.
Assim que a luz atinge o momento 2 - logo depois que o evento a ser escondido já ocorreu - os dois feixes são invertidos: os comprimentos de onda que viajavam mais rapidamente passam a viajar mais lentamente e vice-versa.
Logo depois, os dois feixes parciais passam por outra "lente temporal", que desfaz a alteração de frequência inicial.
Desta forma, o feixe sai do outro lado sem qualquer interrupção, e sem dar qualquer pista do evento que ocorreu entre os momentos 1 e 2.
Os pesquisadores afirmam que o experimento consegue camuflar eventos que durem até 110 bilionésimos de segundo, mas é teoricamente possível atingir durações 100 vezes maiores.
Isto não é tempo suficiente para esconder artimanhas dos bandidos da velha guarda, como ladrões de banco, mas é mais do que suficiente para ajudar os bandidos da "jovem guarda", sobretudo crackers tentando coletar ou inserir dados em linhas de telecomunicações ópticas.
Mas os riscos práticos são mínimos: a invisibilidade temporal exige um enorme aparato óptico de alta precisão e de difícil instalação e configuração, que dificilmente passaria despercebido.
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