A equipe de pesquisa do Instituto do Câncer Dana-FARBER relatou que as chamadas células de gordura marrom – que queimam calorias ao invés de armazená-las, como acontece com a gordura branca convencional – deriva das mesmas células-tronco imaturas que produzem os músculos.
Os pesquisadores conseguiram utilizar uma proteína conhecida como PRDM16 para transformar, em laboratório, células musculares imaturas em células marrons.
Enquanto isso, uma segunda equipe do Centro de Diabetes Joslin, liderada por Yu-Hua Tseng, descobriu que outra proteína importante para o crescimento de ossos, a BMP-7, também ajuda a promover o desenvolvimento do tecido da gordura marrom em ratos.
Ambos estudos demonstraram que, ao contrário do que se pensava, as gorduras branca e marrom não provêm do mesmo tipo de célula.
Pesquisadores também descobriram que os ratos que desenvolveram mais tecido de gordura marrom adquiriram menos peso que outros ratos, sugerindo o potencial dessas células no combate à obesidade.
Uma pessoa obesa estoca grandes quantidades de gordura branca, e acredita-se que, se pesquisadores conseguirem estimular o corpo a produzir mais gordura marrom, isso ajudará a estimular o metabolismo.
Bruce Spiegelman, da equipe de Dana-Farber, ressaltou que há tempos pesquisadores tentam descobrir genes que ativam as células da gordura marrom. No entanto, até agora nenhum estudo foi conclusivo.
– O que revelamos é um grande choque. Mostramos que as células de gordura marrom são derivadas de células semelhantes às musculares, e que as gorduras marrom e branca são completamente diferentes.
Quando a equipe retirou, em laboratório, a proteína PRDM16 das células imaturas de gordura marrom, algo estranho ocorreu.
– A lâmina encheu de músculo – disse Spiegelman. – O que significa é que a gordura marrom provém do músculo.
Anteriormente, sua equipe também demonstrou que a proteína PRDM16 poderia reverter as células convencionais de gordura branca em gordura marrom, mas Spiegelman acredita que, em organismos viventes, o músculo é um tipo de célula natural capaz de gerar a gordura marrom.
Sua equipe agora procura medicamentos que poderão estimular o PRDM16 a fazer mais células marrons de forma química, o que ajudaria o metabolismo a queimar mais calorias.
A obesidade tem, atualmente, status de epidemia mundial e já é um dos principais fatores de risco para a diabetes e a síndrome metabólica, que inclui problemas arteriais e cardíacos.
Fonte: JB Online
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