terça-feira, 19 de maio de 2009

Lâmpadas são críticas para a saúde das pessoas

Médicos norte-americanos estão removendo as lâmpadas fluorescentes tradicionalmente utilizadas em hospitais e substituindo-as por lâmpadas capazes de reproduzir com maior fidelidade as condições naturais de iluminação.

Os testes iniciais, feitos com idosos sofrendo de vários níveis de demência, demonstraram que a mudança na iluminação tem grande efeito sobre pessoas que passam a maior parte do dia dentro de casa, submetidas à iluminação artificial.

A pesquisa está utilizando lâmpadas capazes de gerar luzes "azuladas" - que reproduzem a luz do dia - e luzes "amareladas" - que reproduzem a iluminação noturna mais adequada à saúde humana. Tecnicamente, a luz emitida por essas lâmpadas é descrita por uma propriedade chamada "temperatura da cor".

Ritmo circadiano

A hipótese levantada pelos médicos é que os períodos de luz branco-azulada ajudam a regular o ritmo circadiano, o relógio interno do corpo humano que dita o ritmo bioquímico do nosso organismo.

O ritmo do ciclo de acordar e dormir é regulado pela liberação do hormônio melatonina. Dependendo do nível de melatonina no organismo, a pessoa fica alerta ou sonolenta.

Aumentando a exposição à luz branco-azulada durante o dia, e à luz branco-amarelada durante a noite, os pesquisadores esperam ajudar os pacientes a regularem o seu ritmo de dormir e acordar de forma que eles fiquem mais alertas e ativos durante o dia e consigam dormir melhor à noite.

Segundo Patricia Higgins, da Universidade Case Western (EUA), uma das coordenadoras do estudo, o projeto espera ajudar sobretudo as pessoas que sofrem de diversos tipos de demência que, mais que quaisquer outros pacientes, ficam a maior parte do tempo em ambientes com iluminação artificial.

Deficiência das lâmpadas fluorescentes

As lâmpadas fluorescentes, inclusive as fluorescentes compactas, que estão substituindo as lâmpadas incandescentes tradicionais, não conseguem fornecer a luz mais adequada ao ser humano. Os pesquisadores estão utilizando um tipo de lâmpada inovador, em desenvolvimento pela empresa GE, que fornece a iluminação na temperatura de cor mais adequada ao organismo.

"Embora o grupo [de pacientes pesquisados] seja pequeno, os resultados mostraram-se promissores, elevando o nível de atividade durante as horas do dia e melhorando o sono à noite," diz Patricia. Agora os pesquisadores entrarão em uma nova etapa, incluindo um maior número de pacientes do hospital universitário e comparando os efeitos sobre homens e mulheres.

Um efeito inesperado da experiência foi que os funcionários do hospital relataram que as novas condições de iluminação são muito melhores também para eles, sobretudo o tom branco-azulado, que os permitiu ficar mais atentos durante os períodos de plantão.

Qualidade da luz e qualidade de vida

Há décadas os cientistas sabem que a iluminação artificial altera a qualidade de vida das pessoas e, sobretudo, como elas se sentem. Essa sensibilidade a alterações na iluminação levou ao desenvolvimento de lâmpadas cada vez mais fortes. Mas os pesquisadores descobriram que o que realmente importa é a cor da luz, e não sua potência. As novas lâmpadas em desenvolvimento alteram a cor sem ofuscar as pessoas com um brilho excessivo, ajudando também a economizar energia.

Outras pesquisas demonstraram que determinados medicamentos têm melhores efeitos quando ingeridos no tempo adequado do ciclo bioquímico ditado pelo relógio interno do organismo, daí a importância de regular adequadamente o ritmo circadiano.

Ao final do estudo, quando conseguirem demonstrar definitivamente os efeitos da iluminação sobre a saúde das pessoas, os médicos tentarão influenciar as políticas públicas para incluir novos padrões para a iluminação em hospitais, além de orientarem melhor as pessoas para usar as lâmpadas mais adequadas em suas próprias residências, sobretudo em residências com pessoas idosas, que passam a maior parte do tempo em ambiente fechado e iluminado artificialmente.

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