O exame padrão para o diagnóstico do câncer hoje é a chamada biópsia, que consiste na retirada de uma amostra do tecido e sua análise em laboratório. Embora extremamente preciso, esse exame fornece apenas um quadro estático do tumor num determinado momento.
O novo aparelho, desenvolvido pela equipe do Dr. Michael Cima, foi capaz de monitorar ininterruptamente um marcador tumoral em camundongos por um mês. O trabalho foi publicado no último exemplar do periódico Biosensors & Bioelectronics.
Acompanhamento contínuo do câncer
No futuro, quando totalmente desenvolvidos, e depois dos necessários testes em humanos, esses aparelhos poderão fornecer informações contínuas sobre o que está acontecendo com o tumor, se ele está crescendo ou aumentando, como está respondendo à quimioterapia ou se está metastatizando.
Informações em tempo real, sem a necessidade de aguardar pelos resultados de novos exames, poderão melhorar o acompanhamento do tratamento e a dosagem correta dos medicamentos.
Monitoramento do pH
O aparelho, que poderá ser instalado no momento da realização da primeira biópsia, pode ser configurado também para monitorar os agentes quimioterápicos, permitindo que os médicos verifiquem se os medicamentos estão realmente alcançando o tumor.
Ele poderá ser também fabricado com sensores para medição da acidez (pH) ou dos níveis de oxigênio, o que dá indicações sobre o metabolismo das células cancerosas e como elas estão respondendo aos medicamentos.
Nanopartículas magnéticas
O implante é um aparelho cilíndrico de apenas 5 milímetros que contém nanopartículas magnéticas recobertas com anticorpos específicos para as moléculas que devem ser acompanhadas.
As moléculas entram no monitor atravessando uma membrana semipermeável e ligam-se às nanopartículas, fazendo-as aglomerarem-se. Esses aglomerados podem ser detectados por um exame de ressonância magnética.
Na pesquisa de avaliação, células cancerosas humanas foram implantadas em camundongos e, a seguir, os pesquisadores utilizaram o aparelho para monitorar os níveis da gonadotropina, um hormônio produzido pelas células humanas.
Em poucos anos
O aparelho é feito de polietileno, um polímero usado em implantes ortopédicos. A membrana semipermeável, que mantém as nanopartículas presas no interior do implante, é feita de policarbonato, um composto presente em vários tipos de plásticos.
Os pesquisadores afirmaram que um implante para medir os níveis de pH poderá estar disponível comercialmente em poucos anos, seguido por versões para acompanharem compostos químicos mais complexos, como hormônios e medicamentos.
Fonte: Diário da Saúde
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