Um novo estudo, feito no MIT, nos Estados Unidos, sugere que as pessoas com deficiência de magnésio podem estar perdendo mais do que imaginam.
Segundo a pesquisa, o magnésio é um nutriente fundamental para o funcionamento da memória, e pode ser ainda mais crítico para o bom funcionamento dos neurônios em crianças e adultos saudáveis do que se imaginava.
Suplemento de magnésio
Publicado na revista científica Neuron, o novo estudo, feito com modelos animais, descobriu que um composto de magnésio sintético funciona tanto em jovens quanto em idosos para melhorar a memória ou retardar sua deficiência.
A pesquisa foi realizada ao longo de um período de cinco anos e tem implicações significativas para o uso de suplementos de magnésio.
Os cientistas centraram sua atenção em novo suplemento sintético de magnésio, chamado MgT (magnésio-L-teronato), que efetivamente atravessa a barreira sangue-cérebro para inibir o fluxo de cálcio nos neurônios.
Dietas e suplementos com magnésio
No estudo, dois grupos de ratos comeram dietas normais contendo uma boa quantidade de magnésio a partir de fontes naturais. O primeiro grupo recebeu um suplemento de MgT, enquanto o grupo controle tinha apenas sua dieta regular.
Testes comportamentais mostraram que o funcionamento cognitivo melhorou nos ratos do primeiro grupo e também demonstrou um aumento de sinapses no cérebro - terminações nervosas conectivas que transportam impulsos elétricos de uma parte do cérebro para outra.
Más notícias para os suplementos de magnésio atuais
"Estamos realmente satisfeitos com os resultados positivos dos nossos estudos," diz a Dra. Inna Slutsky. "Mas, no lado negativo, nós também demonstramos que os suplementos de magnésio atuais realmente não funcionam. Eles não entram no cérebro.
"Nós desenvolvemos um composto novo e promissor que já deu o primeiro passo importante rumo aos ensaios clínicos em humanos pelo Prof. Guosong Liu, diretor do Centro de Aprendizagem e Memória da Universidade de Tsinghua [na China]", diz ela.
Embora os efeitos não sejam imediatos, os cientistas que participaram da pesquisa - do MIT e das universidades de Toronto, no Canadá, Tel Aviv, em Israel e Tsinghua, na China - foram capazes de avaliar que o novo composto melhora a permeabilidade da barreira hematoencefálica.
Após duas semanas de administração oral do composto em ratos, os níveis de magnésio no líquido cérebro-espinhal aumentaram.
Rumo a um cérebro mais plástico
"Pode parecer contraintuitivo usar magnésio para melhorar a memória, porque o magnésio é um bloqueador natural do receptor NMDA, uma molécula crucial para o funcionamento da memória. Mas o nosso composto bloqueia o receptor apenas durante a atividade neuronal de fundo. Como resultado, ele melhora a plasticidade do cérebro e aumenta o número de sinapses cerebrais que podem ser ligadas," diz a Dra. Slutsky.
"Nossos resultados sugerem que os suplementos de magnésio disponíveis comercialmente não são eficazes para aumentar o magnésio no líquido cérebro-espinhal," diz ela. "O magnésio é o quarto mineral mais abundante do corpo, mas hoje metade de todas as pessoas nos países industrializados vivem com deficiências de magnésio, o que pode prejudicar a saúde humana em geral, incluindo o funcionamento cognitivo."
Alimentos ricos em magnésio
Antes do novo composto tornar-se disponível comercialmente, a Dra. Slutsky aconselha às pessoas obter o seu magnésio à moda antiga - comendo muitas folhas verdes, brócolis, amêndoas, castanhas de caju e frutas.
Os efeitos sobre a memória não vão aparecer do dia para a noite, mas com uma mudança persistente na dieta a memória deve melhorar, e os efeitos da demência e outras doenças cognitivas relacionados ao envelhecimento poderão ser consideravelmente retardadas.
Fonte: Diário da Saúde
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